Dois infectados pela nova gripe em SP estão curados, diz governo

Informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Saúde.
Ministro da Saúde confirmou quatro casos da nova gripe no país.

Do G1, em São Paulo

Os dois pacientes infectados com o vírus Influenza A (H1N1) em São Paulo passam bem e têm quadro clínico "evoluído para a cura". Eles não estão internados. A informação foi confirmada na noite desta quinta-feira (7), pouco antes das 20h, por meio de nota (veja íntegra abaixo) divulgada pela Secretaria de Estado da Saúde.

No estado, de acordo com o comunicado, há oito pessoas suspeitas de ter contraído a doença e sete sob monitoramento, totalizando 15. Poucas horas antes, às 15h30, a direção do Instituto Adolfo Lutz concedeu uma entrevista coletiva e forneceu um número diferente: havia sete pacientes suspeitos de ter o vírus H1N1 e cinco estavam sendo monitorados.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, confirmou no início da noite desta quinta que há quatro casos de influenza A H1N1 no Brasil. Além dos dois em São Paulo, há um no Rio de Janeiro e outro em Minas Gerais.

De acordo com as informações da Secretaria de Saúde, um dos pacientes é um homem de 24 anos, que esteve no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na Zona Oeste, por dez dias. Ele passou pela Cidade do México entre os dias 17 e 22 de abril e começou a apresentar os sintomas no dia 24.

O segundo homem infectado tem 48 anos e manifestou os sintomas da doença no dia 29 de abril, mas, apesar de ter sido atendido no Emílio Ribas, não chegou a ser internado. Ele ficou em casa sob monitoramento depois de medicado. O vírus não foi transmitido à família dele. Segundo a secretaria, ele viajou para Miami e Orlando, nos Estados Unidos, entre os dias 19 e 28 de abril.

Ainda de acordo com o comunicado, o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) informa que “tomou todas as medidas necessárias para a detecção de possíveis casos da doença”. Cerca de 150 leitos de isolamento, 60 deles com pressão negativa, estão disponíveis no Hospital das Clínicas, no Emílio Ribas (os dois na capital), em Ribeirão Preto e em Campinas (no interior do estado) caso haja novos registros dessa gripe.

Kits para diagnóstico

Os kits que vão detectar com exatidão a presença do vírus da nova gripe começaram a ser testados em pacientes em São Paulo nesta quinta. Os exames estão sendo feitos no Instituto Adolfo Lutz, na Zona Sul da capital paulista.

Durante a coletiva de imprensa, foi divulgado um balanço de pessoas atendidas no estado. Dos 54 casos recebidos para análise, 42 foram descartados, restando os 12 pacientes. Os cinco que estão em monitoramento ficam em casa e têm acompanhamento diário. Já as outras sete pessoas estão internadas, em isolamento.

Telma Carvalhana, diretora da Divisão de Doenças de Transmissão Respiratória do Centro de Vigilância Epidemiológica explicou que o kit vem com a sequência genética do H1N1 e é usado para comparar com a sequência genética do vírus que estaria no organismo do paciente. A comparação é feita a partir de secreção nasal. “É importante saber se o vírus (da nova gripe) está circulando no Brasil”.

O Adolfo Lutz recebeu o material dos Estados Unidos na noite de quarta-feira (6). Nessa primeira encomenda, veio um kit, que consegue realizar 250 testes. A diretora-geral do Adolfo Lutz, Marta Salomão, estimou que sejam necessários mais 3 kits, totalizando mil testes possíveis. O resultado sai em até 72 horas.

Leia a íntegra da nota:

"A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informa que nesta quinta-feira, 7 de maio, foram confirmados os dois primeiros casos de infuenza A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína, no Estado. Os casos são importados de outros países, ou seja, não foram transmitidos no Estado. Não há nenhum óbito confirmado.

Os casos são:
1- Masculino, 24 anos, esteve na Cidade do México entre os dias 17 e 22 de abril e início de sintomas dois dias após sua chegada. O paciente ficou internado no Instituto de Infectologia Emílio Ribas por dez dias, sob supervisão e monitoramento tendo evoluído para a cura.

2- Masculino, 48 anos, este em Miami e Orlando entre os dias 19 e 28 de abril. Apresentou os primeiros sintomas em 29 de abril, tendo sido atendido no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, medicado e mantido sob monitoramento. O paciente evoluiu para a cura.

Não houve transmissão do vírus aos comunicantes dos doentes.

A Secretaria da Saúde mantém hoje outros oito pacientes sob suspeita cujos resultados dos exames devem ser conhecidos em alguns dias e outros sete em monitoramento. A identificação dos casos mostra que o sistema de vigilância está em pleno funcionamento

É preciso ressaltar que o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) já tomou todas as medidas necessárias para a detecção de possíveis casos da doença. Cerca de 150 leitos de isolamento, 60 deles com pressão negativa, distribuídos nos HCs de São Paulo, Ribeirão Preto e Campinas e Instituto Emílio Ribas estão disponíveis neste primeiro momento caso haja novos casos da doença.

Foram estabelecidas oito unidades que irão funcionar como referência para o atendimento de possíveis casos suspeitos de gripe suína no Estado de São Paulo. Esses locais ficarão de prontidão para identificar qualquer caso, comunicar o fato imediatamente ao CVE da Secretaria e colher materiais para exames.

Das oito unidades, três ficam na capital: Hospital das Clínicas de São Paulo, Instituto Emílio Ribas e Hospital São Paulo. No litoral a unidade de referência é o Hospital Estadual Guilherme Álvaro, em Santos. Já no interior há o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Hospital das Clínicas de Campinas, Hospital Estadual de Bauru e Hospital de Base de São José do Rio Preto.

Os exames virológicos estão sendo realizados no Instituto Adolfo Lutz, órgão da Secretaria, uma das três referências nacionais para a identificação da influenza, que atende às normas de biossegurança necessária para a manipulação de vírus."

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