[Valid Atom 1.0]

terça-feira, 17 de junho de 2008

Simulação da morte de Isabella com peritos contratados dura 6 horas


Isabella Nardoni foi jogada do 6º andar do prédio no dia 29 de março.
Eles tentam reproduzir movimentos que pai diz ter feito naquela noite.
Silvia Ribeiro Do G1, em São Paulo
Foto: Robson Ventura/Folha Imagem
Robson Ventura/Folha Imagem
Peritos da defesa do casal Nardoni fazem reprodução simulada do crime na varanda do apartamento (Foto: Robson Ventura/Folha Imagem)

Durou aproximadamente seis horas o trabalho dos peritos contratados pela defesa de Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni no apartamento do casal na Zona Norte de São Paulo. De acordo com o advogado Ricardo Martins, os trabalhos terminaram por volta das 15h30.

Caso Isabella: cobertura completa

Segundo o subsíndico do prédio, que se identificou apenas como Roberto, as atividades da equipe da defesa só foram possíveis porque houve um consenso entre os moradores. Eles permitiram que a defesa usasse o jardim e a garagem, áreas comuns do edifício.

Durante a vistoria ao local e a reprodução simulada de situações ocorridas na noite de 29 de março, dia em que a menina foi jogada da janela, eles usaram um dublê do pai de Isabella para tentar reproduzir os movimentos que Nardoni diz ter feito.

O dublê tem as mesmas características físicas do pai de Isabella e veste uma camiseta branca, semelhante à usada por Nardoni no dia da morte. Os peritos trabalharam no quarto do casal, localizado na lateral do edifício. Eles cortaram a tela de proteção na mesma dimensão do buraco aberto antes de a menina ser arremessada.

Os peritos simularam duas situações: o pai de Isabella com a cabeça para fora da tela, olhando para baixo - tese da defesa -, e com os dois braços para fora – versão da polícia para o crime. Um fotógrafo registra as marcas deixadas na camiseta pela tela.

A defesa quer comprovar que as marcas encontradas na roupa do pai de Isabella poderiam ter sido feitas no momento em que ele olhou pelo buraco da tela para ver a filha caída no jardim. Por pelo menos duas vezes o dublê fez cada uma das simulações, sem trocar de camiseta.

Antes da simulação no quarto do casal, os peritos trabalharam na janela pela qual Isabella foi arremessada. Eles usaram um saco branco com peso, mas não chegaram a jogá-lo pela janela.

Legista da defesa

O médico-legista George Sanguinetti, contratado pelos advogados de defesa para analisar os laudos do Instituto Médico Legal (IML) e Instituto de Criminalística (IC), chegou por volta das 9h desta quarta-feira (10).

O legista esteve acompanhado de outros quatro especialistas contratados pela defesa, do pai de Alexandre, o advogado Antônio Nardoni, e dos advogados contratados pela família. Por volta das 11h30, eles examinavam o gramado do jardim do edifício, onde Isabella caiu após ser arremessada do 6º andar. A perita criminal aposentada Delma Gama registrava informações em um gravador digital.

Os peritos tinham uma trena nas mãos para fazer medições no local. O grupo era acompanhado, ainda, por um fotógrafo e um homem que registrava o trabalho com uma câmera de vídeo. No mesmo horário, outros especialistas, todos de avental branco, mexiam na tela de proteção da sala do apartamento da família, no 6º andar do edifício.

Os trabalhos dos peritos começaram por volta das 9h30. Para Sanguinetti, as fraturas sofridas por Isabella na bacia e em um dos pulsos foram provocadas pela queda, e não no interior do apartamento, conforme dizem o IC e o IML.

Por volta das 12h, a perita Delma examinou a janela pela qual Isabella foi arremessada. A tese dela é de que a menina foi jogada de cabeça para baixo e não pelos braços, como apontou o IC. Um pouco antes do horário, três policiais militares entraram no prédio, ficaram cerca de 15 minutos no interior do edifício e, na saída, pediram para que fotógrafos e cinegrafistas não subissem no portão para registrar imagens.

Alguns moradores observavam a vistoria das janelas de seus apartamentos. De acordo com um policial militar que atua na região, alguns moradores pediram que um carro da PM fosse acionado para dar segurança ao edifício.

Crime

Isabella foi morta no dia 29 de março, após ser jogada do 6º andar do prédio em que seu pai morava. O parecer dos legistas contratados pela defesa foi feito com base nos laudos, sem qualquer contato com o local do crime ou com o cadáver da criança. O legista iria ao prédio no dia 29 de maio, mas desistiu da vistoria.

Segundo a defesa, a chave do apartamento ficou no Fórum de Santana desde a conclusão do inquérito pela polícia até pelo menos a última semana. A família poderia ter retirado a chave, mas preferiu esperar a ida dos peritos a São Paulo para que eles encontrassem o imóvel assim como foi deixado pelos peritos da Polícia Científica.

Segundo o médico-legista, a menina estava consciente ao ser lançada pela janela, e não sofreu esganadura. Ele argumenta que Isabella teve uma fratura de hiperextensão no pulso ao cair no jardim do edifício. “Ela instintivamente estendeu o braço para diminuir o impacto (da queda). Ela estava consciente”, afirmou ele.

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Nenhum comentário: