17/06/2008 - 14h30
A perita do IC (Instituto de Criminalística) Rosângela Monteiro é a primeira testemunha de acusação a depor no caso Isabella,5, na tarde desta terça-feira. Ela presta o seu depoimento ao juiz Maurício Fossen, da 2ª Vara do Júri do Fórum de Santana (zona norte de São Paulo).
A garota foi jogada pela janela do sexto andar do edifício London, do apartamento de seu pai, Alexandre Nardoni. Ele e Anna Carolina Jatobá foram denunciados à Justiça e estão presos. O casal nega.
Monteiro integra a lista de oito testemunhas de acusação que devem ser ouvidas nesta terça-feira pela Justiça. Todos foram elencadas pelo promotor Francisco Cembranelli e seus depoimentos farão parte da denúncia contra o casal.
O depoimento da perita teve início às 14h, meia hora depois do previsto, às 13h30. O TJ (Tribunal de Justiça) informou que o casal acompanha o depoimento. Os três advogados de defesa, a assistente da acusação, Cristina Cristo Leite, e Cembranelli também estão na sala.
A perita foi responsável por examinar o local do crime. Monteiro sustenta que a garota foi agredida antes de ser jogada do sexto andar do prédio. Ela também foi a responsável pela análise que apontou pegadas de Nardoni no lençol da cama usada para acessar a janela de onde a garota foi lançada. Monteiro também identificou que a camiseta usada por Nardoni possuía marcas da tela de proteção.
As testemunhas da tarde desta terça-feira são as primeiras do caso Isabella a serem ouvidas pela Justiça.
Nesta tarde devem ser ouvidos o subsíndico, a síndica e um morador do prédio onde o casal morava anteriormente --Alexandre Lucca, Karen Rodrigues da Silva e Paulo César Colombo, respectivamente-- e os peritos Rosângela Monteiro, Paulo Sérgio Tieppo Alves e José Antonio de Moraes e a delegada Renata Pontes, uma das que comandou as investigações. A oitava testemunha não teve o nome revelado.
A mãe de Isabella, Ana Carolina Cunha Oliveira, deve depor amanhã.
Chegada
Sob forte esquema policial Alexandre e Jatobá chegaram ao Fórum de Santana (zona norte de São Paulo), nesta terça-feira. Eles devem acompanhar os depoimentos das primeiras testemunhas.
Anna foi a primeira a chegar, por volta das 10h40. Vinte minutos depois foi a vez de Alexandre. Os dois vestem roupas dos presídios que estão cumprindo prisão preventiva e foram transportados na parte de trás do carro da polícia. Eles tiveram acesso ao Fórum por uma entrada localizada na rua Vitório Primon, do lado esquerdo da entrada do prédio.
A data que as testemunhas de defesa devem prestar esclarecimentos à Justiça só deve ser conhecida amanhã.
Desde que a Justiça aceitou a denúncia contra o pai e a madrasta de Isabella, apenas os dois acusados depuseram. Alexandre e Jatobá se queixaram ao juiz que sofreram pressão dos delegados --Pontes e Calixto Calil Filho-- e reafirmaram a tese que apresentaram desde o dia do crime.
Versões
Segundo os acusados, a família --o casal, Isabella e os outros dois filhos deles-- chegaram ao edifício no carro dele no fim da noite. Alexandre subiu sozinho, deixou Isabella no apartamento, voltou para pegar a mulher e os outros filhos. Ao chegar novamente em casa, viu que a filha havia sido jogada.
A versão da polícia é diferente. O casal e as três crianças teriam deixado o carro e subido todos juntos para o apartamento, onde Isabella, já ferida na cabeça, foi deixada no chão. Alexandre, em seguida, teria cortado a tela de proteção de um dos quartos e jogado a filha pela janela, simulando assim a invasão do apartamento.
Os advogados do casal Nardoni já protocolaram junto à Justiça a lista de testemunhas de defesa do pai e da madrasta de Isabella.
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