Perita diz ao juiz que havia sangue no carro do pai de Isabella
Rosângela Monteiro é uma das oito testemunhas que devem ser ouvidas nesta terça (17).
Ela disse que foram encontradas 'tramas' da tela e uma fralda em balde com amaciante.
A perita criminal Rosângela Monteiro, do Instituto de Criminalística (IC), disse ao juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri da capital, que foi detectado pela perícia sangue humano no carro do casal Alexandre Nardoni e Anna Jatobá, acusado de ter matado a menina Isabella, de 5 anos. O depoimento durou cerca de duas horas e terminou às 16h05 desta terça-feira (17). Por volta das 16h40, começou o segundo depoimento.
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A informação é da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo, que acompanha a audiência. Entretanto, a integrante da equipe do IC que elaborou o laudo sobre a cena do crime não apontou de quem seria o sangue, porque não teria sido questionada pelo promotor Francisco Cembranelli.
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Ela é a primeira testemunha de acusação a ser ouvida por Maurício Fossen nesta terça. De acordo com a especialista, foi encontrada no apartamento do casal no Edifício London, na Zona Norte, de onde Isabella foi jogada pela janela, uma fralda em um balde com "bastante amaciante de roupa". A perita também informou que tramas da tela de proteção de janela foram detectadas pelos peritos.
A perita disse durante o depoimento, segundo a assessoria do tribunal, que foram identificadas manchas na fralda, mas não suficientes para fazer exame de DNA. A delegada Renata Pontes concluiu no inquérito que a fralda havia sido usada para estancar o sangue de um corte na testa da criança.
Rosângela também informou que havia marcas de sangue visíveis no apartamento, que não precisaram de reagentes para serem identificadas. A pedido da Promotoria, a perita deu detalhes do trabalho feito pelos quatro profissionais do IC envolvidos na elaboração do laudo do caso Isabella.
Os peritos usaram, por exemplo, uma lâmpada forte para analisar as marcas deixadas na camiseta de Alexandre Nardoni pela tela de proteção. Rosângela diz, no entanto, que as marcas já eram perfeitamente visíveis. Além disso, os exames detectaram, de acordo com o depoimento, que a pegada encontrada no lençol do quarto de onde Isabella foi arremessada era compatível com o chinelo usado por Alexandre Nardoni na noite do crime.
Questionada pelos advogados de defesa sobre a preservação da cena do crime, ela disse que "foi um dos locais mais preservados em meus 21 anos de experiência". A perita confirmou que foi feita a coleta de impressão digital no apartamento, mas que nada indicou a presença de uma terceira pessoa no local.
Segundo a testemunha, os peritos também analisaram a janela de onde a menina foi jogada, principalmente o perfil de alumínio. De acordo com a assessoria do tribunal, ela disse que nada de importante foi encontrado. Ela também ressaltou que era importante levar a tela para análises no laboratório.
Em relação à volta dos peritos ao apartamento, Rosângela disse que a primeira perícia já mostrou que a menina entrou no apartamento carregada e ferida. Mas eram necessários novos exames, principalmente no carro da família.
Segundo a assessoria de imprensa do tribunal, o casal Nardoni está posicionados na cabeceira de uma mesa localizada diante do juiz. Caso alguma testemunha fique incomodada com a presença deles, pode pedir ao juiz que os dois sejam retirados da sala.
De um lado da mesa estão posicionados os três advogados do casal: Marco Polo Levorin, Rogério Neres e Ricardo Martins. Do outro lado, estão a assistente de acusação, Cristina Christo, o promotor Francisco Cembranelli e um estenotipista. Os depoimentos ocorrem no Fórum de Santana, na Zona Norte da capital paulista.
O casal chegou ao Fórum de Santana entre 10h e 10h30 e permaneceu na carceragem à espera da audiência. Eles ficaram em celas localizadas uma de frente à outra, separadas por um corredor. De acordo com assessores do Tribunal de Justiça, o pai e a madrasta conseguiram se ver, apesar de a visão ser dificultada por telas, mas não conversaram.
No total, serão ouvidas oito testemunhas nesta terça e não dez como o TJSP havia divulgado anteriormente. No entanto, de acordo com assessores do tribunal, uma testemunha que mora em Franca, a 400 km de São Paulo, pode ser ouvida ainda nesta terça, porque estaria na capital. Sphere: Related Content
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