O presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou nesta quarta-feira que seu governo adiou indefinidamente o restabelecimento de relações diplomáticas com a Colômbia.
Durante uma cerimônia oficial na cidade de Portoviejo, Correa afirmou ainda que as relações com o país vizinho serão reatadas somente que houver em Bogotá "um governo decente com o qual seja possível discutir o problema".
"O Equador adia indefinidamente o restabelecimento das relações até que em Bogotá haja um governo sério com o qual discutir, verdadeiramente, com vontade de obter a paz, e não governos tão carentes de credibilidade, que enganam a cada instante, que apenas pensam em bombas e metralhadoras", disse.
O governante também reprovou a atitude da Colômbia, que na segunda-feira decidiu adiar o reatamento das relações com o Equador, rompidas desde 3 de março.
Crise
O compromisso de restabelecer relações diplomáticas sem condições prévias, em nível de encarregados de negócios, deveria ser formalizada no decorrer desta semana.
A Colômbia divulgou nesta quarta o adiamento por tempo indeterminado a retomada de laços com o país vizinho, em razão dos comentários "agressivos" do governo (Rafael) Correa".
O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, pediu na terça-feira aos dois países que retornem ao compromisso de retomada de relações.
O secretário-geral da OEA afirmou que viajará para Bogotá e Quito, onde deve se reunir "com as mais altas autoridades de ambos os governos", para retomar o processo de diálogo e concretizar os mecanismos de cooperação na área de segurança.
Farc
Quito rompeu relações diplomáticas com Bogotá em reação à incursão militar colombiana contra um acampamento clandestino das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) na floresta equatoriana, no dia 1º de março.
O bombardeio matou 26 pessoas, entre elas o número dois das Farc, Raúl Reyes.
Na ocasião, a Colômbia afirmou que Equador "fez muito pouco" para combater os rebeldes. Os equatorianos, por sua vez, acusaram a Colômbia de quebra de soberania.
Desde então, a OEA (Organização dos Estados Americanos) supervisionou um processo de aproximação entre os governos.
Com Efe
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