Ontem, aposentado morreu à espera de maca. No dia anterior, senhora viva foi dada como morta
POR CLARISSA MELLO
Rio - Menos de 12 horas depois de ter sido atendida no Hospital
Estadual Adão Pereira Nunes, a auxiliar de serviços gerais Claudia
Cristina Valentim Souza, 41 anos, morreu na UPA de Sarapuí, em Duque de
Caxias. A família ainda não sabe a causa da morte. A filha de Claudia,
Kelly Souza, 22, culpa a unidade estadual pela morte da mãe.
“Ela começou a passar mal quinta-feira. Teve febre e dores, mas os médicos diziam que ela estava bem. No sábado ela piorou e a levei para o hospital de Saracuruna. Os médicos chegaram a dizer que ela tinha princípio de infecção urinária, mas que estava bem”, disse Kelly.
A família insistiu em vão para que a paciente fosse internada, já que ela sentia fortes dores no corpo. Mas os médicos recusaram o pedido, prescreveram um antibiótico e a mandaram para casa.
“Ela voltou sentindo muitas dores e não dormiu. De manhã, quando fui vê-la, estava pior, já não bebia nem água. Levamos para a UPA, mas era tarde. Dói muito saber que ela poderia estar viva”, lamentou.
Morte à espera de maca no Hospital de Saracuruna
Um dia depois de um médico do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, de Saracuruna, Duque de Caxias, ter declarado morta uma senhora que, no necrotério, ainda respirava, o aposentado Calistrato Martins, 87 anos, morreu em frente à unidade, depois de esperar atendimento médico por cerca de 20 minutos.
Segundo a família, não havia maca nem maqueiro para levá-lo à emergência, e ele acabou morrendo dentro do carro, no estacionamento. Na 60ª DP (Campos Elíseos), o caso foi registrado como omissão de socorro seguida de morte. O chefe de plantão da emergência prestou depoimento. Maqueiros e enfermeiros também foram à delegacia.
“O sentimento é de muita revolta, porque a gente vê acontecer com os outros mas nunca imagina que vai acontecer com a gente”, disse Maria Rita, filha de Calistrato. Ela é funcionária terceirizada do hospital, por isso decidiu levar o pai para lá.
A filha chegou ao hospitalcom o pai inconsciente, por volta das 12h30. Maria Rita chegou a preencher formulário para que o pai desse entrada na unidade, mas ninguém apareceu para retirá-lo do carro, até que ela avisou que ele havia morrido, 20 minutos depois.
Segundo ela, o pai sofreu a queda no banheiro de casa. “Hoje faríamos almoço de família na casa dele, mas o encontrei caído quando cheguei”, disse, ressaltando que o pai chegou à unidade com vida. Chamada pela família, a polícia chegou ao local por volta de 13h40.
“Vamos processar o hospital. Isso não podia ter acontecido. Nunca mais voltaremos aqui”, disse, abalada. O corpo de Calistrato foi levado para o IML de Duque de Caxias, onde será determinada a causa e hora da morte.
Também ontem, morreu Claudia Cristina Valentim de Souza, 41, menos de 12 horas após ser medicada no mesmo hospital e liberada para voltar para casa. A Secretaria Estadual de Saúde não quis comentar os casos e se limitou a informar que a equipe de maqueiros estava completa.
Idosa dada como morta está na UTI
A Secretaria Estadual de Saúde informou em nota que, a partir de hoje, a superintendente de Unidades Próprias, coordenadores e a Ouvidoria-Geral do órgão irão despachar direto do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes. A medida, segundo o órgão, visa garantir que denúncias sobre o atendimento de pacientes sejam esclarecidas.
Conforme a direção do hospital, até a noite de ontem, a idosa encontrada viva pelos familiares no necrotério do Saracuruna, Rosa Maria Celestino de Assis, 60 anos, seguia internada na UTI. A direção abriu sindicância para apurar o atendimento à paciente. Os profissionais envolvidos foram afastados.
“O médico disse que a friagem (a idosa ficou duas horas dentro de saco plástico em frigorífico) não piora a pneumonia de ninguém”, disse a filha, Rosângela Celestino.
Pacientes se amontoam no corredor
Ontem, equipe de O DIA flagrou um cenário de caos na Emergência do Hospital Adão Pereira Nunes. Pacientes em macas aglomeravam-se ao longo do corredor da unidade. Fora da Emergência, familiares reclamavam de atrasos no horário da visita e de falta de informação sobre o estado de saúde de seus parentes internados.
Na última quarta-feira, o secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, exonerou o então chefe de equipe de plantão do Hospital de Saracuruna, o médico Jocelyn Santos de Oliveira.
A medida ocorreu após peregrinação de Gabriel de Sales, 21, por 6 hospitais, entre eles o de Saracuruna, que recusaram atendimento depois de ele cair de laje. Só foi atendido no Hospital Municipal Salgado Filho.
“Ela começou a passar mal quinta-feira. Teve febre e dores, mas os médicos diziam que ela estava bem. No sábado ela piorou e a levei para o hospital de Saracuruna. Os médicos chegaram a dizer que ela tinha princípio de infecção urinária, mas que estava bem”, disse Kelly.
A família insistiu em vão para que a paciente fosse internada, já que ela sentia fortes dores no corpo. Mas os médicos recusaram o pedido, prescreveram um antibiótico e a mandaram para casa.
“Ela voltou sentindo muitas dores e não dormiu. De manhã, quando fui vê-la, estava pior, já não bebia nem água. Levamos para a UPA, mas era tarde. Dói muito saber que ela poderia estar viva”, lamentou.
Morte à espera de maca no Hospital de Saracuruna
Um dia depois de um médico do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, de Saracuruna, Duque de Caxias, ter declarado morta uma senhora que, no necrotério, ainda respirava, o aposentado Calistrato Martins, 87 anos, morreu em frente à unidade, depois de esperar atendimento médico por cerca de 20 minutos.
Segundo a família, não havia maca nem maqueiro para levá-lo à emergência, e ele acabou morrendo dentro do carro, no estacionamento. Na 60ª DP (Campos Elíseos), o caso foi registrado como omissão de socorro seguida de morte. O chefe de plantão da emergência prestou depoimento. Maqueiros e enfermeiros também foram à delegacia.
“O sentimento é de muita revolta, porque a gente vê acontecer com os outros mas nunca imagina que vai acontecer com a gente”, disse Maria Rita, filha de Calistrato. Ela é funcionária terceirizada do hospital, por isso decidiu levar o pai para lá.
A filha chegou ao hospitalcom o pai inconsciente, por volta das 12h30. Maria Rita chegou a preencher formulário para que o pai desse entrada na unidade, mas ninguém apareceu para retirá-lo do carro, até que ela avisou que ele havia morrido, 20 minutos depois.
Segundo ela, o pai sofreu a queda no banheiro de casa. “Hoje faríamos almoço de família na casa dele, mas o encontrei caído quando cheguei”, disse, ressaltando que o pai chegou à unidade com vida. Chamada pela família, a polícia chegou ao local por volta de 13h40.
“Vamos processar o hospital. Isso não podia ter acontecido. Nunca mais voltaremos aqui”, disse, abalada. O corpo de Calistrato foi levado para o IML de Duque de Caxias, onde será determinada a causa e hora da morte.
Também ontem, morreu Claudia Cristina Valentim de Souza, 41, menos de 12 horas após ser medicada no mesmo hospital e liberada para voltar para casa. A Secretaria Estadual de Saúde não quis comentar os casos e se limitou a informar que a equipe de maqueiros estava completa.
Idosa dada como morta está na UTI
A Secretaria Estadual de Saúde informou em nota que, a partir de hoje, a superintendente de Unidades Próprias, coordenadores e a Ouvidoria-Geral do órgão irão despachar direto do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes. A medida, segundo o órgão, visa garantir que denúncias sobre o atendimento de pacientes sejam esclarecidas.
Conforme a direção do hospital, até a noite de ontem, a idosa encontrada viva pelos familiares no necrotério do Saracuruna, Rosa Maria Celestino de Assis, 60 anos, seguia internada na UTI. A direção abriu sindicância para apurar o atendimento à paciente. Os profissionais envolvidos foram afastados.
“O médico disse que a friagem (a idosa ficou duas horas dentro de saco plástico em frigorífico) não piora a pneumonia de ninguém”, disse a filha, Rosângela Celestino.
Pacientes se amontoam no corredor
Ontem, equipe de O DIA flagrou um cenário de caos na Emergência do Hospital Adão Pereira Nunes. Pacientes em macas aglomeravam-se ao longo do corredor da unidade. Fora da Emergência, familiares reclamavam de atrasos no horário da visita e de falta de informação sobre o estado de saúde de seus parentes internados.
Na última quarta-feira, o secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, exonerou o então chefe de equipe de plantão do Hospital de Saracuruna, o médico Jocelyn Santos de Oliveira.
A medida ocorreu após peregrinação de Gabriel de Sales, 21, por 6 hospitais, entre eles o de Saracuruna, que recusaram atendimento depois de ele cair de laje. Só foi atendido no Hospital Municipal Salgado Filho.
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