Autor(es): Marcus Vinicius Gomes |
O Globo - 14/08/2011 |
Curitiba e São Paulo atingem meta
CURITIBA. Em meio à dificuldade para conseguir uma doação de córnea no país, uma boa notícia vem do Paraná e de São Paulo: os dois estados anunciam ter zerado a fila nas capitais e caminham para atingir a meta também no interior. No Rio, a espera por um doador chega até a dois anos e meio. O Rio é o estado das regiões Sul e Sudeste com maior deficiência no atendimento aos pacientes que necessitam de transplante de córnea. Números do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), ligado ao Ministério da Saúde, mostram que, em São Paulo, foram realizados 9.900 transplantes em 2010 - 6.600 cirurgias de córneas -, enquanto no Rio houve 553 transplantes de órgãos. Em Curitiba, a fila de espera por um transplante de córnea caiu de seis meses para sete dias. No início de agosto, a Central de Transplantes do Paraná - que faz o controle das listas de espera, contabilizava apenas dois pacientes na fila para oito córneas disponíveis. De acordo com Arlene Bardoch, diretora da Central, só em junho deste ano foram feitas 140 cirurgias - um recorde para o órgão criado em 1995. Ela resume o resultado positivo em duas palavras: - Conscientização e logística. Melhoramos muito o serviço de captação e distribuição de córneas. Já em São Paulo, onde há dois anos o tempo de espera foi reduzido a duas semanas, as córneas já estariam sendo objeto de "exportação" para outros estados. Heder Murari Borba, coordenador do SNT, diz que o Ministério da Saúde pretende investir cerca de R$3,5 bilhões em transplantes em 2011. A verba representa 8% do orçamento da pasta. Também está prevista uma campanha publicitária no segundo semestre deste ano para conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos. De acordo com o coordenador do SNT, o grande desafio do Ministério da Saúde nos próximos anos é evitar a migração de pacientes para as capitais onde a fila de transplantes está zerada. - Nós não podemos permitir que São Paulo ou Curitiba sejam vítimas do sucesso de seus programas. Por isso trabalhamos para atender a demanda no próprio estado de origem do paciente e não complicar a vida do gestor de outras regiões. O Rio de Janeiro não contava com um banco de olhos para a captação das córneas desde 2008, quando fechou as portas o último, instalado no Hospital Geral de Bonsucesso, depois que a Petrobras, sua única patrocinadora, suspendeu os repasses por causa de dívidas contraídas pela entidade com o INSS. Em maio do ano passado, a Prefeitura de Volta Redonda inaugurou um banco de olhos, cuja primeira captação só ocorreu três meses depois. O coordenador do SNT sustenta que a fila dos transplantes de córneas no Rio tende a reduzir o tempo de cirurgia em seis meses e prevê que em um ano e meio não haverá mais espera no estado. |
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