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sábado, 6 de agosto de 2011

O besteirol de duas parlamentares do PT


O besteirol não tem limites. Num dos posts abaixo, comento as cretinices do que chamei “afirmações identitárias”. Nelson Jobim teria dito a uma revista, o que ele nega, que a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) “é fraquinha” e que Gleisi Hoffmann “mal conhece Brasília”. Muito bem! Num post das 15h52 de ontem, especulei que o chamariam até de “machista”. Bingo!

A senadora Ângela Portela (PT-RR), presidente da Subcomissão Permanente em Defesa da Mulher do Senado, e a deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP), coordenadora da bancada feminina na Câmara, divulgaram nesta sexta uma nota, acreditem!, de repúdio à declaração atribuída a Jobim. Mas atenção! Elas não estão protestando porque acham que Ideli é competentíssima e que Gleisi conhece Brasília como a palma da mão.

Nada disso!

Elas não contestaram a avaliação de Jobim. As duas petistas resolveram especular sobre as motivações subjetivas que teriam levado o então ministro a supostamente dizer o que disse, entenderam? Como Ideli e Gleisi são mulheres, então Jobim teria feito, segundo elas, um ataque “machista e preconceituoso”, e as palavras a ele atribuídas “demonstram uma profunda violência a todas as mulheres”. Jobim as teria classificado de “incapazes”, o que “pode caracterizar violência psicológica e moral”.

Diz a nota:
“Queremos expressar nosso repúdio pela violência de um ministro que sempre desfrutou de todo o respeito e consideração das bancadas femininas na Câmara e no Senado Federal e que, pelo ataque verbal desnecessário, poderá criar um clima conflituoso que em nada contribuirá para a construção da Democracia Brasileira”.

Segundo essas duas valentes, mulheres que exercem cargos públicos só poderiam ser criticadas por mulheres — ou se estaria diante de um ataque machista. Na mesma linha, só gays poderiam avaliar o trabalho de gays, ou seria manifestação de homofobia. Só negros poderiam contestar negros, ou então seria racismo. E assim por diante. É IMPORTANTE NOTAR QUE JOBIM, EM NENHUM MOMENTO, ASSOCIOU O EVENTUAL DEFEITO DAQUELAS DUAS FIGURAS PÚBLICAS À SUA CONDIÇÃO DE MULHER. Se o tivesse feito, aí, sim, seria preconceito.

É de uma notável estupidez! O mundo seria como quer as duas parlamentares petistas se mulheres fizessem propostas que só valessem para mulheres, gays para gays, negros para negros, homens para homens… Se bem que a cabeça dessa gente é ainda mais perturbada do que isso: as ditas minorias teriam o direito de atuar como juízes do que consideram “a maioria”, mas teriam de ser imunes à crítica em nome da democracia.

Não! Tiririca está longe de ser o que de pior pode acontecer ao Parlamento brasileiro.

Texto publicado originalmente às 22h11 desta sexta

Cofre cheio:

Celso Amorim já chega ao governo com o título de ministro mais bem remunerado. Os 26 700 reais que receberá como ministro da Defesa se somarão aos 16 000 mensais que já ganha como conselheiro da Itaipu Binacional. Um total de 42 700 reais mensais.

Por Lauro Jardim





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