Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
10/08/2011 | 20h38 | Saúde
O ator Reynaldo Gianecchini, de 38 anos, foi diagnosticado com o linfoma não-Hodgkin — um tipo de câncer que atinge o sistema linfático, responsável principalmente por combater infecções que atacam o nosso corpo —, segundo informação divulgada pelo Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, e confirmada em nota pela Rede Globo. Se for este tipo de câncer, trata-se do mesmo que atingiu a presidenta Dilma, há dois anos, a dramaturga Glória Perez e o jóquei J. Ricardo.
O ator foi internado há dez dias com sintomas de faringite, mas os exames apontaram para o câncer. Agora os médicos estão decidindo a estratégia de tratamento, que consiste basicamente em sessões de quimioterapia por um prazo médio de quatro a seis meses. Entre as opções também está ainda a radioterapia.
As causas desse tipo de câncer ainda são desconhecidas, mas os médicos afirmam que infecções por bactérias e vírus podem favorecer o aparecimento do tumor, assim como doenças autoimunes (aquelas causadas pelo próprio organismo, como lupus e artrite), exposição a pesticidas e substâncias poluentes. O principal sintoma é o aumento de gânglios linfáticos no abdômen, nas virilhas, no pescoço e nas axilas.
"Ocasionalmente os linfomas podem se manifestar na região cervical ou mesmo na amígdala. Mas o tipo de linfoma só poderá ser definido após análise feita por meio de biópsia. E o tratamento também só poderá ser definido após este resultado", diz Daniel Herchenhorn, chefe do Serviço de Oncologia Clínica do Hospital do Câncer, Instituto Nacional de Câncer.
Outros sintomas podem indicar suspeita de linfoma, como febre, suor noturno, perda de peso e coceira, diz o médico Carlos Chiattone, diretor da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH).
"A incidência da doença aumenta 3% ao ano. Quando detectado em estágio precoce, o linfoma pode ser erradicado. Atualmente, a terapia que mais aumenta a chance de cura e qualidade na sobrevida destes pacientes é a quimioterapia associada ao uso de anticorpos monoclonais, este último ainda não disponível da rede SUS", afirma Chiattone.
A doença ataca os gânglios, mas também pode afetar fígado, baço e medula óssea. Quanto mais áreas atingidas fora dos gânglios, pior o prognóstico. Mas, em geral, esse tipo de tumor tem boas chances de cura, e a quimioterapia costuma ser bem tolerada. O cuidado maior com o tratamento é nos dois primeiros anos após o seu início, quando há maior chance de recidiva.
Os linfomas são divididos em dois grandes grupos: indolentes e agressivos, como o não-Hodgkin. O primeiro tipo costuma crescer lentamente, e há pacientes que manifestam poucos sintomas por vários anos, mesmo após o diagnóstico. Porém, neste caso, a chance de cura é menor do que nos agressivos. Esses últimos podem levar rapidamente ao óbito se não tratados, mas, em geral, são mais curáveis.
Segundo o INCA, há mais de 20 tipos diferentes de linfoma não-Hodgkin. Entre os linfomas, ele é o tipo mais incidente na infância. Por razões ainda desconhecidas, o número de casos duplicou nos últimos 25 anos, principalmente entre pessoas com mais de 60 anos. A estimativa de novos casos é de 9.100, sendo 4.900 homens e 4.200 mulheres (2009). O número de mortes é estimado em 3.568, sendo 1.992 homens e 1.576 mulheres (2008).
Reynaldo Gianecchini estava em cartaz com a peça Cruel, que estreou em 27 de junho no Teatro FAAP, em São Paulo. A temporada do espetáculo foi cancelada por tempo indeterminado, por causa do tratamento médico do ator. Em nota, o ator agradeceu as manifestações de carinho dos fãs e afirmou: "estou pronto para a luta e conto com o carinho e amor de todos vocês".
A temporada do espetáculo Cruel foi cancelada por tempo indeterminado até a total recuperação do ator, que não será substituído", informaram as produtoras Selma Morente e Célia Forte.
Por Antônio MArinho, da Agência O Globo
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