Publicada em 08/05/2011 às 23h40m
BRASÍLIA. Os líderes da oposição no Senado querem ouvir os empresários Fernando Cavendish, presidente daDelta Construções, e os ex-donos da Sigma Engenharia,José Augusto Quintella Freire e Romênio Marcelino Machado, para que ele falem sobre o suposto tráfico de influência do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. Em reportagem da revista Veja desta semana, Freire e Machado afirmam que Dirceu foi contratado por Cavendish, para que o ex-ministro o aproximasse de pessoas influentes no governo do PT.
A reportagem afirma ainda que Cavendish teria dito que, com "alguns milhões seria possível comprar um senador" para conseguir um bom contrato com o governo.
O líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), vai procurar o PSDB e o PPS para, numa ação conjunta da oposição, apresentarem requerimento de convite aos empresários. Para Demóstenes, caberia requerimento à Comissão de Constituição e Justiça ou à de Fiscalização e Controle.
- Vamos conversar com os senadores da oposição, para tentar um requerimento conjunto. O problema é que não temos número suficiente para aprovar na comissão, caso o governo queira impedir. Se nada vingar, vamos pedir que o Ministério Público averigue as denúncias - disse Demóstenes.
Para o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), Fernando Cavendish deve dizer que senador teria comprado.O tucano faz um apelo para que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), interpele judicialmente o empresário.
Os dois líderes afirmaram que a acusação de Dirceu praticaria tráfico de influência no governo do PT não os surpreendem.
- Tráfico de influência nesse governo só não vê quem não quer ver - disse Álvaro Dias.
Para Demóstenes, a investigação é fundamental para identificar a prática do tráfico de influência:
- - É preciso dar os nomes aos bois. Na dificuldade de aprovar algo no Congresso, o correto seria uma CPI. Vamos pedir que o Ministério Público atue.
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