Em Maceió
MPE (Ministério Público Eleitoral) pediu nesta terça-feira (28) a cassação do registro da candidatura de Fernando Collor de Mello (PTB) ao governo do Estado de Alagoas, sob alegação da prática de “abuso de poder econômico” e “utilização indevida de meios de comunicação social consistente na realização de pesquisa eleitoral fraudulenta”. A ação pede ainda a inelegibilidade do senador pelo prazo de oito anos.
A pesquisa foi feita pelo Gape (Gazeta Pesquisa) e divulgada pelo jornal "Gazeta de Alagoas", ambos da OAM (Organização Arnon de Mello), de propriedade da família Collor. Para o MPE, houve fraude na escolha da representação dos eleitores entrevistados, a fim de beneficiar o ex-presidente da República.
A ação é resultado das investigações de um inquérito civil público, instaurado para analisar a disparidade entre os resultados das pesquisas do Gape e do Ibope, divulgadas no dia 24 de agosto.
De acordo com a pesquisa do Gape, Collor lideraria a disputa pelo governo com 38% das intenções de voto, enquanto o Ibope colocou o ex-presidente com 28%, empatado tecnicamente com Ronaldo Lessa (PDT), com 29%. Segundo o Gape, Lessa teria 26%.
Após analisar os 1.055 formulários com as entrevistas, o MPE concluiu que a pesquisa do Gape “não representou fielmente o eleitorado alagoano”.
Segundo a investigação, houve deturpação no número de eleitores que ganham até um salário mínimo com “o claro fim de se beneficiar o candidato”.
Para o MPE, “essa faixa da população é a que tem maior peso na pesquisa e nela o candidato Fernando Collor tem excelente desempenho, com 41% da preferência, contra 20% de Ronaldo Lessa e 18% de Teotonio Vilela”.
O procurador eleitoral Rodrigo Tenório ainda afirmou que o jornal "Gazeta de Alagoas" teria induzido ao erro os leitores ao apontar que Lessa e Collor estavam empatados técnicamente, segundo o Ibope, excluindo da manchete o nome do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), que também estaria em igualdade.
"Além de atrair os eleitores que optam pelo voto útil, a pesquisa tem grande influência no financiamento da campanha. Por óbvio, os grandes financiadores procurarão os candidatos com maiores chances de ganhar", afirmou Rodrigo Tenório, em nota do MPE.
Outro lado
O assessor jurídico da coligação de Collor, advogado Fábio Ferrário, afirmou que ainda não havia sido notificado oficialmente da ação e que só poderia se pronunciar quando tivesse conhecimento do teor da denúncia.
O diretor-executivo da OAM, Luiz Amorim, rebateu as denúncias do MPE e afirmou que a empresa não manipula pesquisas ou informações. “Todas as nossas pesquisas são feitas com base em dados de estatísticos da Universidade Federal de Alagoas. São pessoas idôneas, profissionais reconhecidos no Estado. Não há nenhum tipo de manipulação e reitero: temos confiança total nos nossos dados. Estamos completamente tranquilos quanto a esse questionamento”, afirmou.
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