ANDREZA MATAIS
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
FERNANDA ODILLA
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA
Filho da ex-ministra Erenice Guerra (Casa Civil), Israel teria usado o nome da presidenciável Dilma Rousseff para avalizar seus negócios.
Dois envolvidos na negociação citaram a mesma frase que teria sido dita por Israel: "Minha mãe resolve, e minha tia resolve", sendo a "tia" a então ministra Dilma.
O negócio em questão era o patrocínio de R$ 200 mil da Eletrobrás para uma equipe de motociclismo de Brasília. O chefe da equipe, Luís Corsini, revelou a história à revista "Veja".
Segundo ele, uma semana depois da conversa com Israel, em julho de 2008, a estatal liberou o patrocínio, num convênio assinado com a Federação de Motociclismo do Distrito Federal.
Corsini então repassou a Israel R$ 40 mil de propina, segundo a "Veja". A versão foi confirmada pelos dois envolvidos ouvidos pela Folha.
A estatal já havia patrocinado em 2006 dois eventos de motociclismo, mas foi a primeira vez que firmou um convênio com uma equipe. Depois, os dois romperam e a equipe teve o patrocínio negado em 2009 e 2010.
A Folha conversou com Corsini na última quinta. Ele relatou que Israel se apresentava como sobrinho da Dilma e referia-se à mãe como braço direito da petista. "Isso é notório para todo mundo."
Ontem, após a revista Veja publicar a história, Corsini voltou atrás e disse que não falaria mais no assunto.
Na sexta-feira, a Folha pediu à Eletrobrás para ter acesso ao processo do patrocínio. O coordenador geral da presidência da empresa, Luiz Augusto Figueira, disse que a estatal "não tem obrigação de fazer isso porque entende que não é um documento de interesse público".
Figueira, no entanto, afirmou que "se existe pedido político [de liberação de patrocínio], não fica no processo administrativo".
Segundo ele, nos anos em que o patrocínio foi negado a escolha dos projetos que receberiam verba era feita mediante edital.
Em 2008, quanto houve a liberação, a diretoria é quem escolhia quais os projetos que seriam patrocinados.
A Federação de Motociclismo do Distrito Federal informou que só repassou os recursos do patrocínio mediante a apresentação de notas fiscais e esclareceu que a prestação de contas foi aprovada pela Eletrobrás. Israel não foi localizado.
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