Não deu para entender por que o estadista Luiz Inácio da Silva tentou salvar a iraniana condenada à morte por apedrejamento. Foi um gesto realmente estranho.
O primeiro a estranhar foi o companheiro Mahmoud Ahmadinejad. Recusou a oferta de asilo a Sakineh Ashtiani, acusada de adultério, chamando Lula de desinformado e emotivo.
Atirou no que viu, acertou no que não viu. A cada nova pirueta do presidente brasileiro no cenário internacional, o brasileiro mais querido pelo ditador iraniano é visto exatamente assim pelo mundo: desinformado, emotivo e canastrão.
Lula não pode evitar que a iraniana seja apedrejada, pelo simples fato de que atirou a primeira pedra.
No ano passado, o massacre de Ahmadinejad a seus opositores, que resultou na morte da jovem inocente Neda Agha-Soltan, foi legitimado pelo presidente brasileiro: “É uma briga entre flamenguistas e vascaínos”.
A preocupação de Lula, na ocasião, era dar uma forcinha política ao companheiro ditador. Enquanto o mundo apontava fraude e violência na eleição iraniana, o estadista brasileiro gritava que estava tudo normal.
E assim foi-se construindo essa doce amizade terceiromundista.
Ahmadinejad declarava de lá que o holocausto não existiu, Lula o recebia aqui com tapinhas nas costas sem tocar no assunto. O tarado atômico ameaçava os Estados Unidos com seu programa nuclear clandestino, o brasileiro emotivo questionava a autoridade dos americanos para vetar a bomba iraniana.
É claro que o companheiro Ahmadinejad não está entendendo nada. Se Lula sempre afiançou seu jeito carniceiro de ser, agora só pode estar mal-informado.
Se Lula o ajudou a minimizar a morte da “baderneira” Neda, não faz sentido querer evitar a morte da “adúltera” Sakineh. Talvez seja o caso de explicar ao amigo brasileiro que, com tiro ou pedrada, no final dá tudo no mesmo.
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