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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Em Brasília, só não há dinheiro para aposentados


S. Barreto Motta






O Brasil na era Lula é bastante pródigo: estatais patrocinam filmes e clubes de futebol, além de colocarem placas ao lado dos estádios; o país já perdoou a dívida externa de dezenas de países pobres; o Tesouro Nacional pega recursos caros - pois paga uma das maiores taxas de juros do mundo - para rechear os cofres do BNDES e financiar obras diversas, tanto úteis, como nem tanto; se os empresários não se sentem atraídos pela construção de Belo Monte, o governo - embora deva R$ 1,5 trilhão - dá uma ajuda. Nesta segunda-feira, foram anunciadas bondades para países do Caribe.

O governo fomentou a realização da Copa do Mundo de 2014 e estimulou as Olimpíadas de 2016, obrigando-se a isentar de tributos os lucros da Fifa, do Comitê Olímpico Internacional e das empresas a eles coligadas. E todo mundo sabe que sediar esses eventos dá um enorme retorno de imagem, mas, na maioria das vezes, os gastos não são totalmente cobertos por compensação imediata, ou seja, cria-se um buraco nas contas, a ser quitado pelo governo. O número de turistas efetivo é bastante inferior ao anunciado e, nesses eventos, o que se vê, aos milhares, são jornalistas.

O presidente Lula tanto faz viagens necessárias como jornadas absolutamente inúteis. O número de ministérios é ridiculamente grande, o que gera um enorme gasto, pois todos têm chefes de gabinetes, centenas de assessores, carros, cartões de crédito e representações nos estados. Mas o governo decide ser econômico com os aposentados e uma parte deles, os que mais contribuíram para os cofres do INSS. Quem não pagou ou pagou pouco, vê o salário mínimo subir sempre acima da inflação. E as milhões de famílias que contribuíram com até dez salários-mínimos - durante certo tempo esse valor chegou a 20 mínimos - se vêem na mira do governo.

Há uma defasagem de 70% para esse grupo, o que não comove o governo. Como FHC, Lula restringe os ganhos dos beneficiários acima do mínimo - com a diferença, em relação aos tucanos, que Lula inflaciona os ganhos dos beneficiários da parte de baixo da pirâmide social e só impôs sacrifícios a quem contribuiu com mais; FHC reteve os ganhos de todos. Como Lula bem sabe, a previdência social pode ser deficitária, mas o sistema de seguridade é amplamente superavitário, pois diversos impostos e taxas foram criados para dar sustentação ao modelo, embora, na prática, sejam desviados para o caixa único da União.

Em nota oficial, alfinetou a Força Sindical: "A Força Sindical e o Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas reafirmam a proposta de lutar pela recomposição do poder de compra dos aposentados e pensionistas do Brasil. Não podemos admitir o retrocesso nas negociações sobre o reajuste dos aposentados e pensionistas, visto que representantes do governo já admitiram em público que o reajuste partiria do patamar de 7%. Aceitar 6,14%, como querem setores do governo, é ser injusto com quem dedicou sua vida à construção do país".

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