Luiz Antônio Alves, Agência Brasil
BRASÍLIA - O Brasil não concorda com a imposição de sanções políticas ou econômicas contra o Irã como uma das fórmulas para resolver a polêmica em torno do projeto nuclear do país. Se forem fracas, as sanções não terão efeito e o Irã continuará convivendo com elas, como tem acontecido até agora. Por outro lado, se as sanções forem duras, acabarão atingindo a população iraniana mais vulnerável.
Em fevereiro deste ano, o Irã anunciou que aumentaria o enriquecimento de seu estoque de urânio, passando de 3,5% para 20% o poder de gerar energia. Neste nível, o urânio pode colocar em funcionamento um gerador nuclear. O Irã diz que precisa de tal nível de enriquecimento do mineral para realizar pesquisas médicas. Se o nível de enriquecimento alcançar 95%, será possível construir uma bomba atômica.
Os Estados Unidos fazem ampla campanha para convencer o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) a impor sanções ao Irã, ao mesmo tempo em que incentivam outros países a adotarem sanções multilaterais, numa tentativa de interromper o suposto avanço iraniano rumo ao enriquecimento do urânio para fins militares.
Segundo Amorim, se o Conselho de Segurança da ONU determinar novas sanções contra o Irã, o Brasil seguirá a determinação, como já aconteceu no passado. "Tivemos de mandar embora uma empresa estrangeira que estava trazendo material de defesa iraniano, contrariando uma decisão adotada pela ONU. É preciso muita clareza com relação a isso: o Brasil não deixa de de cumprir as sanções determinadas pelo Conselho", disse o minisro.
12:32 - 18/04/2010