Irã tenta despertar a atenção de investidores brasileiros e de outros países Renata Giraldi Enviada Especial Teerã (Irã) – Isolado política e economicamente, o Irã tenta atrair parceiros e investimentos para o país. Ameaçado pela campanha dos Estados Unidos de ser alvo de mais sanções, os iranianos se esforçam para estimular por meio da curiosidade, simpatia e de habilidades o apoio da comunidade internacional. Um grupo de 86 empresários brasileiros desembarcou hoje (12) em Teerã com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. A visita ocorre no momento em que está sendo realizada a Cúpula de Segurança Nuclear, em Washington, nos Estados Unidos, e em que o Irã é alvo de suspeitas de manter de forma secreta a produção de armas nucleares. O governo iraniano nega as as acusações ao afirmar que seu programa nuclear tem fins pacíficos. Essa posição conta com o apoio do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O objetivo é conhecer o mercado, ver quais são as necessidades e o que eles querem. Para nós tudo é muito novo e diferente. É preciso estar aberto para poder ampliar as oportunidades”, disse o empresário Mário Quinto di Cameli, que tem negócios nos setores automotivo, de alimentos e indústria moveleira. “Para mim tudo é muito novo. Na verdade uma das metas é desfazer mitos e ver a realidade”, afirmou Murilo Farias Santos, que atua nos setores de alimentos e infraestrutura. O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, convidou Miguel Jorge e um grupo de empresários para um almoço amanhã (13). Hoje o jantar será com o ministro da Indústria e Minas do Irã, Akbar Mehrabian. Para Miguel Jorge, que está pela primeira vez no Irã, o clima de novidade e expectativa contribui. “Quem aceitou o convite para participar da missão viaja deixando o preconceito e o medo de lado. Isso vale tanto para os grandes quanto para os médios e pequenos empresários.” A viagem dos empresários ocorre exatamente um mês antes de o presidente Lula visitar o Irã acompanhado por uma comitiva de ministros, parlamentares e também de investidores. A visita dos empresários ao Oriente Médio inclui ainda mais dois países – Egito e Líbano – e vai durar uma semana. É a primeira viagem de empresários capitaneada por Miguel Jorge neste ano. O ministro e os empresários viajam no Boeing KC 707 da Força Aérea Brasília (FAB) que no passado era conhecido como "Sucatão". A aeronave, em geral, é usada para o transporte de tropas. Periodicamente o avião é utilizado para levar as tropas brasileiras que atuam nas forças de paz no Haiti. No ano passado, as exportações brasileiras para o Irã, o Egito, e o Líbano atingiram cerca de US$ 3 bilhões, enquanto as importações alcançaram US$ 110 milhões, com potencial para aumento das relações comerciais. O objetivo das visitas é tornar o Brasil um parceiro comercial atrativo para esses países que apresentam estimativas positivas de crescimento econômico para 2010. O Irã e o Egito têm previsão de crescimento de 3%. A do Líbano é um pouco maior, atingindo 4%. Os cálculos são do Fundo Monetário Internacional (FMI) . |