Leilão: Primeira edição da obra pessoana
‘Mensagem’ fica sem comprador
Ninguém levou para casa a primeira edição da ‘Mensagem’ (1934) de Fernando Pessoa, que foi à praça na noite de quarta-feira na leiloeira Renascimento, em Lisboa, com uma base de licitação de 1250 euros. Aliás, nenhum dos três exemplares pessoanos foi adquirido no leilão, que se prolongou por três dias e onde foram muito disputadas edições raras de Agustina Bessa-Luís (o romance ‘Longos Dias Têm Cem Anos’ foi arrematado por 650 euros) ou de Herberto Hélder (a primeira edição de ‘Poemacto’ rendeu 480).A primeira edição de ‘As Farpas’, de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão, foi comprada por 1600 euros pelo alfarrabista Alfredo Gonçalves, da Livraria Ecléctica, que foi o protagonista da noite de quarta--feira. "É uma obra valiosa e estou muito satisfeito com a aquisição", disse ao CM o frequentador de leilões – e organizador de outros tantos –, acrescentando encontrar-se ali também em nome dos clientes.
"Esta ‘Mensagem’ não foi comprada porque está em mau estado", explicou. "Se estivesse boa daria até três mil euros por ela", rematou.
Numa sessão onde a obra mais barata custou 10 euros e a mais cara 7200 – um livro de carácter científico do padre jesuíta Kircheri, profusamente ilustrado –, o representante da Biblioteca Nacional exerceu direito de preferência várias vezes – nomeadamente sobre uma colecção substancial de gravuras de costumes portugueses do século XIX – e muito ficou por arrematar, nomeadamente uma serigrafia de Vespeira cuja base de licitação era 125 euros. Segundo responsáveis da leiloeira, esperava-se que as três sessões movimentem cerca de 200 mil euros.
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