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sexta-feira, 12 de março de 2010

Homicídios quadruplicam no governo Chávez


Publicada em 12/03/2010 às 01h17m

O Globo

CARACAS - O número de homicídios na Venezuela quadruplicou de 1998 para cá, ou seja, durante o mandato do presidente Hugo Chávez - de acordo com dados atualizados divulgados na quinta-feira pelo Observatório Venezuelano de Violência (OVV). Os números da ONG colocam a Venezuela como o segundo país mais violento da América Latina: uma média de 54 homicídios para cada 100 mil habitantes em 2009, perdendo apenas para El Salvador (com 70 assassinatos em cada 100 mil habitantes), como mostra matéria publicada nesta sexta-feira no jornal O GLOBO. Os últimos dados do Brasil são de 2006: 26,6 assassinatos por 100 mil.

Já a capital, Caracas, é hoje a segunda cidade mais violenta do continente, onde ocorreram, em 2009, 140 homicídios para cada 100 mil pessoas, só sendo superada pela mexicana Ciudad Juárez (195/100 mil), palco de disputa entre cartéis de droga pelas rotas que levam a mercadoria aos EUA. No Rio de Janeiro, por exemplo, esta cifra é de 34,6 para cada grupo de 100 mil habitantes, segundo dados divulgados em fevereiro pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). Em Bogotá, na antes violentíssima Colômbia, ela é 18/100 mil.

- E o mais impressionante é que 91% dos casos de homicídios registrados em 2009 na Venezuela nem sequer resultaram numa detenção. Se não há prisão, não há julgamento nem condenação - critica o sociólogo Roberto Briceño-León, diretor da OVV, grupo formado por uma rede de acadêmicos que recolhem dados a partir de boletins da polícia e outras fontes locais.

Os ministérios do Interior e da Defesa de Chávez não comentaram o levantamento. O governo não divulga desde 2004 cifras oficiais sobre a violência na Venezuela, um país que tinha índices mínimos de homicídios nas décadas de 1970 e 1980 e registrou, no ano de 1998, 4.500 assassinatos. Em 2009, com Chávez no poder há 10 anos, este número subiu para 16.047.

Segundo León, a corrupção, a impunidade, a falta de políticas de segurança e a politização do Exército e das forças policiais - como no caso da recente criação da Polícia Nacional Bolivariana, submetida ao projeto socialista de Chávez - estão ligadas a este aumento. O sociólogo salienta que a situação da segurança pública hoje é de "anarquia", e o governo federal desprestigia as policiais locais, de estados e municípios, que estariam "mais aptas a combater este tipo de crime".

De acordo com diversas pesquisas de opinião, a violência é atualmente o item que mais preocupa os venezuelanos. Dados recolhidos pela empresa Datanálisis mostram que a popularidade de Chávez estaria pela primeira vez em muitos anos em torno dos 50%, segundo uma reportagem sobre o tema violência publicada esta semana pelo jornal "El Nacional".







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