30 de março de 2010
Um estudo publicado na revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences sugere que o julgamento moral de uma pessoa pode ser alterado por meio da manipulação de uma região específica do cérebro.
Os cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) partiram do princípio de que, quando julgamos se uma ação é moralmente certa ou errada, nós nos apoiamos na nossa capacidade de compreender o estado mental da pessoa que a praticou. Os pesquisadores procuraram então enfraquecer a atividade das células de uma região do cérebro que busca entender o estado mental de outros. Essa região é conhecida como junção têmporo-parietal.
Para isso, os responsáveis pelo estudo utilizaram um campo magnético aplicado no couro cabeludo, que produzia uma corrente capaz de bloquear temporariamente a ação normal das células dessa área do cérebro. Mais tarde, os voluntários que participaram da pesquisa foram apresentados a algumas situações e tinham que julgar se consideravam o ato permissível ou condenável.
Em uma das situações, os cientistas perguntaram aos participantes o que eles pensavam de um homem que deixasse a namorada atravessar uma ponte que ele sabia não ser segura - mesmo que ela tenha conseguido fazer a travessia sem sofrer um acidente. Com um julgamento baseado somente no resultado da ação, os voluntários consideraram o homem isento de culpa, mesmo que seu comportamento parecesse ter a intenção de prejudicar outras pessoas.
Os cientistas descobriram, então, que quando a junção têmporo-parietal tem seu funcionamento afetado, as pessoas têm maior probabilidade de julgar tentativas fracassadas de prejudicar outra pessoa como atos moralmente permissíveis.