sábado, 26 de setembro de 2009, 16:00 | Online
Etienne Jacintho - O Estado de S. Paulo
Por que você aceitou o papel?Tinha visto a primeira temporada da série e pensei: ‘Nossa, como o Cao Hamburger é bom!’ Como eu não assitia Castelo Rá-Tim-Bum e as coisas infantis dele, não sabia disso. Quando ele me chamou, aceitei na hora e independentemente do papel.
Comodoro é completamente mau?
Ele é mau mesmo. É movido pelo ódio e isso é muito interessante. O irmão deu um tiro nele, depois de uma briga, e ele ficou paralítico. É um ódio, mas com humor. Ele acha graça da vingança e se vinga sorrindo.
Essa série vai ser exibida em toda a América Latina e muitas novelas também viajam internacionalmente. Não é estranho fazer um trabalho aqui e não saber onde ele será visto?
O curioso é que você sabe que a série ou a novela passou em outro país, mas não sabe qual foi a repercussão desse trabalho. No Brasil, a imprensa te dá o resultado, mas lá, a gente não sabe nada. Uma vez viajei para a Itália e alguém me conheceu, mas nem sei por qual novela. Como não sou ator de estar sempre na televisão, achei bem estranho.
Mas você tem um visual bem marcante...
É, pode ser. Digo que, por isso, sempre me dão papéis que chamo de 3M – milionário, mulherengo e mau caráter (risos)! Em geral são esses personagens que faço. Acho que estou no computador e quando precisam de um milionário, mulherengo e mau caráter leem lá ‘Walmor Chagas’.
Por que você nunca faz uma novela inteira e sempre é morto?
É escolha minha porque novela dá muito trabalho. Até me convidam, mas não aceito. Só ator de país pobre como o Brasil se sujeita a esse gênero. Sou um ator teatral e acho cansativo. Até porque novela é muito repetitiva. São sempre as mesmas histórias... Não acho mais interessante. Achei interessante quando precisava financeiramente. Hoje em dia, não topo mais, a não ser quando é participação. Aí eu morro logo e pronto.
Como em 'A Favorita' (Globo) e em 'Caminhos do Coração' (Record)...
Sim. E em Pé na Jaca (Globo), que desapareci e nem vi que fim levei. Não tenho mais paciência de ficar 8 meses fora de casa, no Rio. Mesmo em hotel, é muito sacrificado. E ainda estando num trabalho que acho muito descaracterizado. Não acho um trabalho artístico. Essa industrialização obriga a uma velocidade de cena, de produção e os próprios autores não aprofundam os personagens, porque senão perdem o ibope. Os personagens são superficiais. Ontem o cara perdeu a mãe e hoje está passeando na praia. Isso me deixa irritado.
Série é diferente?
Esse trabalho é muito diferente. É uma produção cuidadosa. Por isso gostei. E são 7 episódios e não 180.
Há autores de novela que também acham 180 capítulos muita coisa.
Isso é para compensar financeiramente. Já que o cenário está montado, eles precisam aproveitar o máximo. E aí vai, vai, vai e não há muito o que fazer.Palácio do Congresso Nacional - Praça dos Três Poderes
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