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sábado, 26 de setembro de 2009

Embaixada do Brasil em Honduras teria sido atacada com gás










"Alguns estão vomitando e outros urinando sangue", revelou Zelaya



O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, denunciou nesta sexta-feira que o governo de fato propagou um gás tóxico na embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde está refugiado, e pediu a intervenção da Cruz Vermelha Internacional.

"Pedimos a intervenção imediata da Cruz Vermelha Internacional", declarou Zelaya por telefone à AFP.

"Um gás tóxico utilizado pelos militares para dispersar as pessoas está sendo pulverizado. Há 60 pessoas aqui, e todas elas estão tentando respirar no pátio". Zelaya disse que o gás tóxico fez com que várias pessoas vomitassem sangue e tivessem dificuldade de respirar, além de enjoo e problemas digestivos.

"Alguns estão vomitando e outros urinando sangue", revelou Zelaya, que teve a garganta ressecada. "As pessoas ficaram muito alarmadas e houve descontrole porque não sabíamos o que estava ocorrendo, nem quais seriam as consequências físicas do contato com aquela substância".

Dois médicos hondurenhos foram à embaixada do Brasil para examinar Zelaya e outras pessoas afetadas pelo suposto gás tóxico, constatou a AFP. Carlos Aguilar, ministro da Saúde de Zelaya, e Marcos Rodas, médico pessoal do presidente deposto, foram autorizados a entrar no local pelos militares que cercam a embaixada. Os médicos examinaram Zelaya, que mostrava irritação na garganta, e outros ocupantes da sede diplomática afetados pelo gás.

Representantes das Nações Unidas também foram à embaixada brasileira, mas não tiveram autorização para entrar. A utilização de gás tóxico foi negada pela polícia hondurenha, mas o Canal 36 divulgou fotos da embaixada brasileira onde aparecem militares com máscaras colocando aparelhos em uma casa ao lado do prédio.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) exigiu que o governo de fato de Honduras interrompesse sua "operação" contra a embaixada do Brasil. A CIDH faz um apelo urgente ao regime de fato para que interrompa esta operação imediatamente e adote todas as medidas necessárias a fim de garantir o direito à vida, à integridade e à segurança de todas as pessoas na embaixada.

A Comissão condenou o uso desses gases, que provocaram "intoxicações, sangramento, vômitos e enjoos nas pessoas que se encontram dentro da sede diplomática", e o bloqueio feito por militares para impedir a saída de pessoas da embaixada ou a entrada de membros da Cruz Vermelha. O Conselho de Segurança das Nações Unidas exigiu que o governo de fato de Honduras, liderado por Roberto Micheletti, suspenda o cerco à embaixada do Brasil.

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