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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ricupero: Em Honduras, BR está agindo como os EUA

Terça, 22 de setembro de 2009, 16h13 Atualizada às 17h06


AFP
A embaixada brasileira em Honduras sofreu corte de água e luz depois que abrigou o presidente deposto, Manuel Zelaya
A embaixada brasileira em Honduras sofreu corte de água e luz depois que abrigou o presidente deposto, Manuel Zelaya

Marcela Rocha

Zelaya retornou a Honduras. Mas permanece enclausurado na Embaixada brasileira, na capital Tegucigalpa. Em entrevista a Terra Magazine, o ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Rubens Ricupero, acredita que o retorno já estava acordado e afirma: agora, "fazemos o mesmo que condenávamos nos EUA".

"Não acredito que seja uma violação à soberania, mas o Brasil está se posicionando em defesa de ideais claros", diz Ricupero. Ele acredita também que "o governo brasileiro está se inserindo em um cenário político que não lhe diz respeito, desta forma".

- (O Brasil) Está fazendo o mesmo que condenou quando via os Estados Unidos interferirem em políticas de outros países, até porque, como sabemos, existem os dois lados, e o Congresso, por exemplo, decidiu pelo golpe.



Para Ricupero, "o Brasil adotou um posicionamento militante, que é diferente de diplomacia". O ex-embaixador diz acreditar que "este retorno de Zelaya a Honduras foi antecipadamente combinado com o governo brasileiro". E justifica: "precisavam retomar o assunto, as negociações, ele não retornaria sem algum tipo de segurança e, com certeza, o Brasil cedeu a Embaixada e já sabia que isto iria acontecer".

- Não pode ter sido nada inesperado por que este tipo de coisa não se faz inesperadamente. Zelaya sabia que iria encontrar resistência a seu retorno e o Brasil já se posicionou a favor de seu retorno.

No dia 28 de junho passado, o presidente Miguel Zelaya foi deposto por uma junta militar. De pijamas, foi deportado para a Casta Rica. O presidente do Congresso de Honduras, Roberto Micheletti, assumiu a Presidência e diz que não houve golpe de Estado. Zelaya, então, foi proibido de retornar ao país. Micheletti decretou estado de emergência em julho.

Ricupero avalia que "nesta questão de Honduras, o Brasil nunca foi neutro, assim como a Venezuela de Chávez também não o foi".

Após sucessivas ameaças de adentrar as fronteiras, Zelaya finalmente o fez nesta segunda-feira,21. Ele se encontra refugiado na Embaixada do Brasil em Tegucigualpa.

O presidente de fato de Honduras, Roberto Micheletti, pediu calma e que o Brasil entregue Zelaya ao cuidado da justiça hondurenha. Zelaya foi recebido porque é reconhecido pelo Brasil como o presidente eleito das Honduras.

O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, disse nesta terça-feira, em Nova York, que o governo brasileiro não vai tolerar nenhum tipo de ataque à Embaixada em Honduras. Ricupero explica que isto enfraqueceria ainda mais o governo de fato ante as comunidades internacionais. "Um ataque à Embaixada brasileira seria condenado por toda a comunidade internacional", afirma.

Terra Magazine



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