Além de não poder se despedir da filha Danielle Ferreira Apolinário, de 19 anos, devido ao caixão lacrado por causa da suspeita da morte ter sido causada pela gripe Influenza A (H1N1), a dona-de-casa Marinalva Ferreira Apolinário sofre também pelo preconceito das pessoas que a evitam. Agora, ela só quer realizar dois desejos: comprovar, mediante exame do Instituto Adolfo Lutz que a jovem não morreu por causa do vírus da nova gripe e pedir às autoridades da saúde que procurem dar o resultado o mais rápido possível. Para evitar que outras mães, como eu, não possam acariciar seus filhos no último instante com eles, disse,
O drama da família Apolinário começou no dia 5 de agosto, quando a estudante de Pedagogia na Universidade de Sorocaba (Uniso) começou a sentir sintomas gripais e foi medicada no posto de saúde do Jardim Maria Eugênia, onde teria sido diagnosticada apenas uma gripe comum. Na sexta-feira, dia 6, não apresentando melhoras, Danielle passou pela Unidade Pré-Hospitalar (UPH) Zona Norte, constatando pneumonia no pulmão direito, mas segundo o médico que a atendeu, não havia motivo para internação, receitando porém um antibiótico forte.
No sábado a estudante estava com 37 graus de febre e no dia seguinte foi internada na Santa Casa. Ao chegar domingo no hospital, o médico que a mãe não lembra quem é, pediu novo Raio-x, viu que dois pulmões estavam comprometidos e a internou. Ela faleceu, de acordo com a certidão de óbito atestado pelo médico Gerson Pimenta Sasdelli, por insuficiência respiratória, pneumonia e suspeita de infecção pelo vírus H1N1 (?)
Drama
Não bastasse a morte da filha, Marinalva Apolinário não pôde nem mesmo tocar o rosto da filha porque foi obrigada a lacrar o caixão. Por causa da suspeita, a família foi orientada a fazer o sepultamento o mais rápido possível, e por muito pouco seu marido, o caminhoneiro José Apolinário Sobrinho, não chega a tempo para se despedir da filha. No dia da morte ele estava em Goiânia (GO), e mesmo vindo de avião, só conseguiu ver Danielle, pelo vidro da tampa do caixão, já no cemitério Memorial Park.
A mãe não compreende também o porquê da demora em colher o exame para comprovar se a filha tinha ou não a gripe A. A coleta só foi feita no dia 13, um dia antes de sua morte. Talvez, se tivessem feito de imediato, o resultado poderia ter vindo, e na sua morte não teria sido preciso lacrar o caixão, argumenta Marinalva. O resultado foi liberado no último dia 20 pelo Instituto Adolfo Lutz, mas só na segunda-feira chegou ao conhecimento da família.
A dona-de-casa apela para as autoridades da Saúde encontrarem um método para dar o resultado rápido, e para que, de uma vez por todas explique quais os perigos existentes para as pessoas que se relacionam com pessoas que morreram da nova gripe.
Ela espera também, com a comprovação do resultado negativo para a Influenza A, que algumas pessoas voltem a tratá-la normalmente. Na universidade onde Danielle estudava, pelo menos quatro amigas que foram ao velório, foram afastadas da sala de aula por uma semana. Daiane Cristina da Costa, prima da Danielle e estudante de Biologia, conta que também vem sofrendo preconceito, com algumas colegas de classe querendo evitá-la, pois foi ela que teve o último contato com a paciente, na tarde de quinta-feira.
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