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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Família de jovem que morreu com suspeita da gripe sofre preconceito


GRIPE SUÍNA - [ 02/09 ]


Adriane Mendes
Notícia publicada na edição de 02/09/2009 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 2 do caderno B - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.

  • Luiz Setti Mãe mostra foto da filha

Além de não poder se despedir da filha Danielle Ferreira Apolinário, de 19 anos, devido ao caixão lacrado por causa da suspeita da morte ter sido causada pela gripe Influenza A (H1N1), a dona-de-casa Marinalva Ferreira Apolinário sofre também pelo preconceito das pessoas que a evitam. Agora, ela só quer realizar dois desejos: comprovar, mediante exame do Instituto Adolfo Lutz que a jovem não morreu por causa do vírus da nova gripe e pedir às autoridades da saúde que procurem dar o resultado o mais rápido possível. Para evitar que outras mães, como eu, não possam acariciar seus filhos no último instante com eles, disse,

O drama da família Apolinário começou no dia 5 de agosto, quando a estudante de Pedagogia na Universidade de Sorocaba (Uniso) começou a sentir sintomas gripais e foi medicada no posto de saúde do Jardim Maria Eugênia, onde teria sido diagnosticada apenas uma gripe comum. Na sexta-feira, dia 6, não apresentando melhoras, Danielle passou pela Unidade Pré-Hospitalar (UPH) Zona Norte, constatando pneumonia no pulmão direito, mas segundo o médico que a atendeu, não havia motivo para internação, receitando porém um antibiótico forte.

No sábado a estudante estava com 37 graus de febre e no dia seguinte foi internada na Santa Casa. Ao chegar domingo no hospital, o médico que a mãe não lembra quem é, pediu novo Raio-x, viu que dois pulmões estavam comprometidos e a internou. Ela faleceu, de acordo com a certidão de óbito atestado pelo médico Gerson Pimenta Sasdelli, por insuficiência respiratória, pneumonia e suspeita de infecção pelo vírus H1N1 (?)

Drama

Não bastasse a morte da filha, Marinalva Apolinário não pôde nem mesmo tocar o rosto da filha porque foi obrigada a lacrar o caixão. Por causa da suspeita, a família foi orientada a fazer o sepultamento o mais rápido possível, e por muito pouco seu marido, o caminhoneiro José Apolinário Sobrinho, não chega a tempo para se despedir da filha. No dia da morte ele estava em Goiânia (GO), e mesmo vindo de avião, só conseguiu ver Danielle, pelo vidro da tampa do caixão, já no cemitério Memorial Park.

A mãe não compreende também o porquê da demora em colher o exame para comprovar se a filha tinha ou não a gripe A. A coleta só foi feita no dia 13, um dia antes de sua morte. Talvez, se tivessem feito de imediato, o resultado poderia ter vindo, e na sua morte não teria sido preciso lacrar o caixão, argumenta Marinalva. O resultado foi liberado no último dia 20 pelo Instituto Adolfo Lutz, mas só na segunda-feira chegou ao conhecimento da família.

A dona-de-casa apela para as autoridades da Saúde encontrarem um método para dar o resultado rápido, e para que, de uma vez por todas explique quais os perigos existentes para as pessoas que se relacionam com pessoas que morreram da nova gripe.

Ela espera também, com a comprovação do resultado negativo para a Influenza A, que algumas pessoas voltem a tratá-la normalmente. Na universidade onde Danielle estudava, pelo menos quatro amigas que foram ao velório, foram afastadas da sala de aula por uma semana. Daiane Cristina da Costa, prima da Danielle e estudante de Biologia, conta que também vem sofrendo preconceito, com algumas colegas de classe querendo evitá-la, pois foi ela que teve o último contato com a paciente, na tarde de quinta-feira.






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