Entenda como essa glândula que fica no meio do pescoço funciona e investigue se a sua também está trabalhando em câmera lenta
A mais conhecida alteração na tireóide é o hipotireoidismo, doença que incomoda muito porque causa aumento de peso, cansaço e desânimo. A atriz Deborah Secco, que já sofreu com o problema, conta que, durante a crise, nem tinha vontade de sair de casa. Trata-se de um mal predominantemente feminino: para cada sete mulheres com essa alteração, há apenas um homem.
Segundo reportagem da revista BOA FORMA, o número de casos vem aumentando nos últimos anos. Uma pesquisa realizada entre 2001 e 2002 na Grande São Paulo, com mulheres de 20 a 78 anos, mostra que cerca de 10% das participantes apresentavam sinais clínicos e laboratoriais da doença. “Os valores esperados eram de 5%.
Hoje, percebemos mais casos devido a três fatores: diagnóstico mais preciso, mais pedidos de exames e o fato de sabermos que algumas doenças da tireóide são hereditárias”, diz Geraldo Medeiros-Neto, professor de endocrinologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), presidente do Instituto da Tireóide, em São Paulo, e coordenador da pesquisa citada acima.
Trabalho lento, quilos a mais
O hipotireoidismo é apenas uma das disfunções que a tireóide pode apresentar (veja o quadro Quando a tireóide fica acelerada). Para entender melhor esse descompasso, é preciso compreender o seu papel. Ela é uma das nossas maiores glândulas e tem o formato de uma borboleta.
Segue os comandos da hipófise, uma espécie de glândula mestra que secreta hormônios que atuam em todo o organismo, entre eles o TSH, que aciona o funcionamento da tireóide. Ela, por sua vez, fabrica os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que regulam o metabolismo e atuam em órgãos vitais como coração e rins.
Quando a tireóide está trabalhando num ritmo abaixo do esperado, há um quadro de hipotireoidismo e o corpo todo sente (veja o quadro ao lado). Uma das principais causas dessa alteração é a tireoidite de Hashimoto, uma doença auto-imune, ou seja, o próprio organismo fabrica anticorpos para destruir as células da glândula.
Como conseqüência, a tireóide funciona num ritmo mais lento. O problema é hereditário: se sua mãe, tia ou avó sofrem com ele, é necessário investigar se você também produz esses anticorpos.
Com o metabolismo devagar devido à carência dos hormônios, o aumento de peso e o cansaço aparecem. A libido tende a cair. É como se o organismo todo trabalhasse com menos energia. Mas se você engordou mais do que 5 quilos, não dá para culpar só a glândula.
“O aumento de peso provocado pelo hipotireoidismo é de 4 a 5 quilos. Não mais do que isso”, diz Marcio Mancini, endocrinologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, e presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).
Embora os sintomas sejam desagradáveis, assim que o mal é diagnosticado, é feita a reposição dos hormônios. Uma vez acertada a dose do medicamento, seu organismo volta ao ritmo normal e os sintomas tendem a desaparecer. Sphere: Related Content
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