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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Adolescente dos EUA vive 118 dias sem coração


JIM LONEY - REUTERS


MIAMI - Uma adolescente norte-americana sobreviveu durante quase quatro meses sem coração, graças a um equipamento feito sob medida, que a manteve viva até que fosse submetida a um transplante, disseram médicos de Miami na quarta-feira.

Os médicos disseram que o fato é inédito em um paciente dessa idade, mas que há um caso na Alemanha de um adulto que sobreviveu durante nove meses sem coração.

A paciente D'Zhana Simmons, 14 anos, considerou "assustadora" a experiência de passar tanto tempo dependendo de uma máquina que bombeasse o sangue em seu corpo. "Você nunca sabe quando poderia dar um defeito", disse ela, praticamente sussurrando, numa entrevista coletiva no Centro Médico Jackson Memorial, da Universidade de Miami.

"Eu era como uma falsa pessoa, não existia de verdade, simplesmente estava ali", afirmou ela, que sofria de dilatação cardíaca, o que enfraquece o músculo.

Simmons foi submetida a um transplante em 2 de julho, mas o novo coração não funcionou bem e logo foi retirado. Duas bombas fabricadas pela empresa Thoratec, da Califórnia, então foram usadas para mantê-la viva enquanto ela se recuperava de vários problemas e acumulava forças para um novo transplante, que aconteceu em 29 de outubro.

Durante esse período, Simmons podia se deslocar, mas permaneceu internada.

Os médicos explicaram que, quando um coração artificial é usado, o coração natural do paciente costuma ser deixado no corpo - o que não foi o caso dela.

"Acreditamos que esta é o primeiro paciente pediátrico que recebeu tal dispositivo nesta configuração sem o coração, e possivelmente um dos mais jovens que já foi levado a transplante sem o coração nativo", disse o médico Marco Ricci, diretor de cirurgia pediátrica do hospital.

Simmons também sofreu insuficiência renal e teve de receber um transplante de rim na véspera do segundo transplante do coração.

Ricci disse que o prognóstico para ela é bom. Os médicos afirmam que há 50 por cento de chances de que um paciente transplantado venha a precisar de um novo coração num prazo de 12 a 13 anos.

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