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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sarney usa helicóptero do Maranhão em viagem particular

Aeronave custou R$ 16,5 mi e deveria combater o crime e fazer socorros médicos no Maranhão


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DE SÃO PAULO

Hoje na Folha O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), usou um helicóptero da Polícia Militar do Maranhão para passear em sua ilha particular duas vezes neste ano. A aeronave foi adquirida no ano passado para combater o crime e socorrer emergências médicas. Foi paga com recursos do governo estadual e do Ministério da Justiça e custou R$ 16,5 milhões.

A informação está na reportagem de Felipe Seligman e João Carlos Magalhães publicada na Folha desta segunda-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

Reprodução/TV Folha
Sarney usa helicóptero do Maranhão em viagem particular
Sarney usa helicóptero do Maranhão em viagem particular

Numa das viagens até a ilha de Curupu, onde tem uma casa, o senador foi acompanhado de um empresário que tem contratos milionários no Maranhão, que é governado por sua filha Roseana Sarney (PMDB).

No fim do passeio, o desembarque das bagagens de Sarney atrasou o atendimento de um homem com traumatismo craniano e clavícula quebrada que fora socorrido pela PM e chegara em outro helicóptero antes de Sarney.

Um cinegrafista amador registrou imagens que mostram Sarney e seus amigos desembarcando no heliponto da Polícia Militar em São Luís em dois domingos, 26 de junho e 10 de julho. A Folha obteve cópias dos vídeos:





Reprodução/TV Folha
Sarney usa helicóptero do Maranhão em viagem particular

OUTRO LADO

Sarney, afirmou, por meio de sua assessoria, que o uso pessoal do helicóptero da Polícia Militar do Maranhão se justifica porque ele tem "direito a transporte de representação e segurança em todo o território nacional, seja no âmbito federal ou estadual, sem restrição às viagens de serviço".

A assessoria afirma que os voos particulares do senador estão em consonância com a Constituição, mas não se pronunciou sobre a presença do empresário no voo e a demora no atendimento do pedreiro ferido.

Leia mais na Folha desta segunda-feira, que já está nas bancas.


22/08/2011 - 09h01

Gastos públicos devem ter alta em 2012

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DE SÃO PAULO

Hoje na Folha Apesar de o governo ter indicado que vai controlar com mão firme o aumento de gastos, economistas projetam nova aceleração das despesas em 2012. A principal pressão virá do aumento do salário mínimo em cerca de 14%, que elevará gastos com Previdência, benefícios assistenciais e seguro-desemprego, informa reportagem de Mariana Schreiber publicada na Folha desta segunda-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

Há ainda a expectativa de que haja um "descongelamento" dos investimentos do governo, represados neste ano. Além disso, observam economistas, 2012 é ano de eleições municipais, o que é um estímulo para o aumento de despesas.

O economista Mansueto Almeida, do Ipea (Instituto de Política Econômica Aplicada), considera que a expansão de gastos será inflacionária, o que deve obrigar o Banco Central a manter os juros elevados por mais tempo. No caso de agravamento da crise externa, acrescenta, não haverá espaço para cortes muito amplos na taxa Selic, como vêm defendendo governo e economistas.

Além do aumento dos gastos, as desonerações tributárias já anunciadas também terão impacto que, segundo Almeida, será "muito forte".

Estimativas do governo indicam que o pacote de estímulo industrial e a ampliação do Supersimples (sistema diferenciado de tributação para pequenas empresas) provocarão renúncia fiscal de cerca de R$ 30 bilhões.

22/08/2011 - 07h54

Empresário nega conflito de interesses em viagem de helicóptero

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DE BRASÍLIA

O empresário Henry Duailibe Filho afirmou que não vê problemas em pegar carona no helicóptero da Polícia Militar do Maranhão, nem conflito de interesses por causa de sua proximidade com a família Sarney.

Sarney usa helicóptero do Maranhão em viagem particular

*

Folha - O presidente do Senado fez viagens num helicóptero da PM do Maranhão. Numa delas, o sr. estava junto.
Henry Duailibe Filho - Olha, sou amigo da família há 40 anos. E devo ter pego alguma carona, como ele vinha só, posso estar dentro. A viagem não é minha, tá?

As empresas da sua família mantêm contratos de pelo menos R$ 70 milhões...
As empresas da família têm oito revendas Ford, e não tem um carro Ford vendido para o Estado. [As empresas] trabalham aqui para a Vale, a Alumar, a Petrobras, a Odebrecht, a Camargo Corrêa...

E para o governo do Estado.
Eu me sinto no direito de participar das concorrências e nunca fui privilegiado.

O sr. é primo do marido da governadora, Jorge Murad?
Sou primo. Em todos os governos que tem, consegui trabalhar. Porque empresa não tem partido político.

Essa proximidade com a família Sarney não pode gerar conflito de interesses?
Não. Porque eu sou amigo não posso participar? Me vê a lógica disso. Porque sou amigo de A, B ou C, tenho de ficar fora? Tenho uma empresa, que está aberta, pago meus impostos devidos. Não tenho nada a esconder, nada. Esses assuntos que vocês [jornalistas] se metem às vezes me atrapalham. Não me atrapalham em negociatas, porque não faço, nem sei se tem. Por que não posso pegar obra?

O sr. acha correto um senador e um empresário usarem um helicóptero destinado a combater o crime para ir passear?
Não posso te afirmar. Isso aí é uma ideia que você está fazendo. Não posso analisar se é correto ou incorreto. Se peguei uma carona... Eu estando lá e ver [o helicóptero] vazio, não posso ir?

O que o sr. acha?
Eu acho que posso.


Deputado dá R$ 560 mil a empresa-fantasma

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DE SÃO PAULO

Hoje na Folha O deputado federal José Vieira (PR-MA) repassou R$ 560 mil da verba de custeio de atividade parlamentar a uma empresa-fantasma. Durante dois anos, Vieira, que tem avião próprio, simulou despesas com afretamento de aeronaves para seus deslocamentos no Maranhão, informa reportagem de Elvira Lobato publicada na Folha desta segunda-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

Os pagamentos foram feitos à Discovery Transporte e Logística, uma suposta empresa de táxi aéreo, que só existe no papel. A Discovery não possui avião, nem sede, nem funcionários. O endereço que consta como sede da empresa na Receita Federal é uma residência em um conjunto habitacional simples, em São José do Ribamar, na região metropolitana de São Luís.

A empresa foi registrada em nome de um piloto que prestava serviços ao deputado em Bacabal, cidade maranhense da qual Vieira já foi prefeito. Mesmo depois da morte dele, no início do ano, os pagamentos à empresa continuaram.

A reportagem da Folha tentou ouvir o deputado sobre os pagamentos. Ao ser informado de que a Discovery não tem avião, nem sede, o chefe de gabinete do deputado, Ivo Icó, mostrou surpresa. "Como é que não tem avião, se o deputado voa nela? É lógico que existe. O deputado vai voar numa empresa fantasma?".

Icó anotou as perguntas do jornal e prometeu que o deputado entraria em contato, o que não aconteceu.




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