Alckmin
O secretário da Saúde, Giovanni Cerri, e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, em reunião-almoço na sede da entidade
Categoria: Saúde
TATIANA PIVA
Pelo menos 20 portadores de uma classe de doenças genéticas hereditárias chamadas mucopolissacaridoses (MPS) relataram no último mês falta ou atraso na entrega dos medicamentos necessários para controlar o problema. Na segunda-feira, dia 4, a menina Maria Gabriella Sardinha Eugenio, de 10 anos, morreu após passar três semanas sem o remédio importado Laronidase (Aldurazyme), fabricado pela Genzyme Corporation e distribuído pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
A pasta informou ao JT que as autorizações de importação de remédios dependem da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A agência, por sua vez, respondeu que seu diretor presidente, Dirceu Brás Barbano, ao tomar ciência do problema, ontem, “entrou em contato por telefone com o secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Giovanni Cerri, e foi informado de que não há desabastecimento”.
A doença, de caráter metabólico e hereditário, é caracterizada pela falta ou diminuição de enzimas no corpo. Essas substâncias são responsáveis pelas reações metabólicas que mantêm o funcionamento normal do organismo. A medicação para repor essas enzimas é de alto custo: no caso de Maria Gabriella, custam R$ 100 mil por semana. Há centenas de pessoas com a doença no Estado de São Paulo.
Maria Gabriella teve uma parada respiratória. “Tenho certeza de que a falta do medicamento teve total influência na morte da minha filha”, lamenta a dona de casa Eneida Maria Sardinha Eugenio, 47 anos. Quando a mãe foi buscar o remédio, em uma unidade de saúde de Campinas, conta que foi informada de que havia ocorrido um problema de distribuição. Apenas na segunda-feira, dia da morte de Gabriella, recebeu o aviso de que o medicamento estava disponível.
Pacientes com formas tratáveis de MPS conseguiram judicialmente o direito de receber do Governo medicamentos importados para a doença. Segundo os médicos, já foram identificados 11 defeitos enzimáticos que causam sete tipos diferentes de MPS. Dessas, três têm tratamento: MPS I, MPS II e MPS VI. Maria Gabriella tinha MPS I.
Assim como a mãe da menina, outras famílias relatam dificuldades, desde o início do ano, em obter os remédios nas unidades de saúde e farmácias de remédios de alto custo de São Paulo. A Associação Paulista dos Familiares e Amigos dos Portadores de Mucopolissacaridoses (APMPS) informou ter recebido pelo menos 20 queixas semelhantes no último mês.
Mãe de Tainá Carla Ribeiro, de 10 anos, a dona de casa Vilma Aparecida Valentim, que busca o remédio em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, afirma que a garota está sem a medicação desde o dia 27 de maio. “Eles dizem que o medicamento não chegou por causa de transporte”, fala. Ela conta que a filha melhorou muito desde que iniciou o tratamento, há dois anos.
Segundo a geneticista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ana Maria Martins, “é comprovado cientificamente que quando um paciente passa a receber as enzimas, na terapia de reposição enzimática, o organismo começa a funcionar e a limpar substratos, ou seja, deixa de fazer o depósito de doenças e suas complicações”. Ao parar de tomar o remédio, “o paciente pode ter complicações.”
Maria Gabriella fazia a reposição enzimática semanalmente. “Ela tomava quatro vidros por semana e cada um chega a custar R$25 mil. Teria um custo de R$100 mil por semana e R$400 mil por mês. Nunca poderia fazer o tratamento dela”, lembra Eneida.
Ana Maria explica que os portadores da doença nascem com uma aparência normal e que os pais só começam a perceber modificações por volta dos dois anos. “Eles começam a apresentar alterações na face, na cabeça. Têm dificuldade para se alimentar”. Quanto mais cedo for o tratamento, melhor é a resposta.
Paulo Chap Chap, Giovanni Cerri e Roberto Kalil Filho
Carlos Simões/Divulgação
Giovanni Guido Cerri, professor titular do Departamento de Radiologia |
Dirceu Barbano assume presidência da Agência
terça, 03 de maio de 2011 às 11h12
Dirceu Barbano ingressou na Agência como diretor em outubro de 2008 e, desde janeiro de 2011, assumia a presidência interinamente, após a saída de Dirceu Raposo de Mello
O farmacêutico Dirceu Brás Aparecido Barbano foi designado pela presidenta da República, Dilma Rousseff, nesta quinta-feira (28/4), como o novo diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Dirceu Barbano ingressou na Agência como diretor em outubro de 2008 e, desde janeiro de 2011, assumia a presidência interinamente, após a saída de Dirceu Raposo de Mello.
Formado em Ciências Farmacêuticas pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, em mais de 20 anos de experiência profissional Dirceu Barbano foi diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, secretário municipal de saúde dos municípios paulistas de Ibaté e São Carlos e professor da PUC-Campinas.
Barbano também foi gestor de hospitais filantrópicos, conselheiro do Conselho Federal de Farmácia e diretor do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.
Fonte: Com informações da Anvisa
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