Obesos ganham direito de não passar por catraca de ônibus em MS

30/06/2011 - 15h48

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RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ

O constrangimento diário vivido por uma universitária de 28 anos levou a agência de transporte de Campo Grande a permitir que todos os passageiros obesos entrem e saiam dos ônibus da cidade pela porta traseira.

Com 127 quilos, Carla Cristina Zurutuza chegou a sofrer hematomas ao passar pela catraca. À ocasião, ela não foi autorizada a sair pela porta da frente, mesmo após pagar a passagem.

'Ele [o motorista] justificou que poderia ser flagrado por algum fiscal e punido', contou a estudante de letras.

Mesmo quando a alternativa era permitida, diz ela, havia constrangimento. 'Sempre tinha que procurar o motorista e explicar a minha situação. Isso me deixava exposta', afirma.

Carla decidiu procurar a imprensa local e, com a repercussão do caso, conseguiu contato com a associação que reúne as cinco concessionárias de transporte coletivo da cidade.

A estudante expôs aos empresários sua rotina diária para chegar à faculdade e afirma que, nos primeiros contatos, a queixa foi tratada como um 'exagero'. 'Disse a eles que, se fosse para continuar assim, preferiria parar de estudar.'

Por fim, a associação forneceu a Carla uma carteira especial, que a autoriza a não passar pela catraca ao utilizar o transporte coletivo.

No último dia 17, a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) decidiu expandir o benefício a todos os obesos que solicitarem a carteira.

A estudante diz que está 'feliz com a conquista' e que se surpreendeu ao descobrir que outras pessoas enfrentavam o mesmo problema.

'Não estamos pedindo para não pagar a passagem. Simplesmente queremos garantir o direito de acesso a um serviço público, sem constrangimento.'

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