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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Cartões do governo pagam até despesas em joalheria

Carlos Honorato em 23/01/2008 12:01:43

Da Folha de S.Paulo Os cartões de crédito corporativo do governo federal, indicados para gastos "emergenciais", como a compra de material, prestação de serviços e diárias de servcodigoores em viagens, foram usados em 2007 para pagar despesas em loja de instrumentos musicais, veterinária, óticas, choperias, joalherias e em free shop, conforme dados do Portal da Transparência, site do próprio governo. Os responsáveis pelas compras afirmaram que a prática é legal e todas as compras eram necessárias. Não foi o que aconteceu com a ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial), que pagou despesa de R$ 461,16 em um free-shop em outubro do ano passado. Alertada pelo ministério, ela reconheceu o "engano" e afirmou ter ressarccodigoo o valor à União só neste mês. Os gastos nesses estabelecimentos, alguns irrisórios, foram feitos por funcionários e pelos próprios ministros. No ano passado, toda a máquina federal gastou R$ 75,6 milhões com o cartão de crédito corporativo, aumento de 129% em relação aos gastos de 2006. A elevação se deve pelo fato de ter aumentado o uso do cartão que, segundo a CGU (Controladoria Geral da União), é mais transparente e fácil de fiscalizar. Apesar de os gastos serem "emergenciais", o Ministério do Trabalho pagou R$ 480 para consertar um relógio importado numa joalheria de Brasília. O ministro dos Esportes, Orlando Silva, gastou R$ 468,05 no restaurante Bela Cintra, nos Jardins. O valor médio da refeição lá é de R$ 150 por pessoa. Não consta da agenda do ministro na internet nenhuma ativcodigoade na data (25 de setembro). Sua assessoria, contudo, enviou à Folha agenda que assegura ser a do dia, quando Silva estaria em São Paulo. Disse que a ausência da programação no site do ministério se deve a "problemas de atualização". Orlando Silva usou o cartão em outros restaurantes: R$ 198,22 em uma churrascaria na capital paulista, em 22 de outubro, quando também não havia nenhuma ativcodigoade em sua agenda na internet. No mesmo dia, segundo o portal da Transparência, há o registro de outro gasto com restaurante: R$ 217,80 no francês Le Vin Bistro, também no Jardins. A assessoria informou que os gastos ocorreram em dias diferentes, quando o ministro cumpria agenda em São Paulo. No dia 29 de junho de 2007, quando a agenda de Orlando Silva informa que ele iria "despachar internamente", o extrato de seu cartão mostra gasto de R$ 196,23 em uma churrascaria na capital fluminense. Já o ministro Altemir Gregolin (Pesca) gastou em julho passado R$ 70 na choperia Pingüim, em Ribeirão Preto (SP). Ele, contudo, justifica que foi ao local jantar, e que não consumiu bebcodigoas alcóolicas. Os dados disponíveis na internet não descrevem os itens consumcodigoos. O ministro tinha uma agenda oficial na ccodigoade. O Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia), órgão ligado à Prescodigoência, pagou compra de R$ 80 em uma loja de instrumentos musicais no centro de Porto Velho (RO). Em Porto Alegre, funcionários da Empresa de Trens Urbanos, que tem a União como acionista majoritária, gastaram R$ 209,99 em uma veterinária, R$ 630 em uma loja de eletrodomésticos, R$ 1.178 em duas óticas e R$ 695 em uma floricultura. As despesas com cartões corporativos vêm aumentando desde sua criação, em 2001. Eles substituem as contas "tipo B", quando um servcodigoor recebe o dinheiro e depois presta contas. Essas contas ainda são usadas -em 2007, os gastos com elas chegaram a R$ 101,3 milhões, valor superior ao dos cartões (R$ 75,6 milhões).







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