Um dia após petistas de SP terem deixado portas abertas à aliança, prefeito enfatiza que PSD terá candidato próprio ou apoiará Serra
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, pôs em dúvida a possibilidade de seu novo partido, o PSD, se coligar com o PT na cidade de São Paulo na eleição municipal de 2012. Conforme o Estado revelou na edição de segunda-feira, a direção do PT paulista, reunida no fim de semana, deixou em aberto a possibilidade de aliança eleitoral com a futura sigla de Kassab, apesar de a metade do partido ter rejeitado uma coligação futura.
Ontem, Kassab elogiou a decisão do PT, que teria, segundo ele, "compreendido a importância do PSD no cenário da democracia brasileira". No entanto, ao ser questionado por jornalistas sobre a resolução do PT no final de semana, ponderou: "Aqui em São Paulo, no primeiro turno, acho muito difícil (uma aliança com o PT). Nós surgimos em São Paulo em oposição ao que fez a administração do PT. E o PT, ao longo desses últimos anos, tem sido muito crítico da nossa administração".
Quanto à possibilidade de a prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (DEM) migrar para o PSD e concorrer à reeleição com apoio de petistas, Kassab afirmou que desconhece a informação. "Não tenho essa informação em relação a Ribeirão Preto nem em relação a outra cidade. A própria prefeita Dárcy, que é minha amiga, tem dúvidas em relação a vir ou não para o PSD e tem agido com muita transparência em relação a essa questão."
Serra. Durante uma sabatina promovida ontem pelo jornal Folha de S. Paulo e pelo portal UOL, Kassab afirmou que se o ex-governador José Serra (PSDB) decidir concorrer à sua sucessão, terá o seu apoio. "Mas acho que ele não será", disse, Pouco antes, no entanto, Kassab reforçou a possibilidade de o PSD lançar candidato próprio. "A gestão terá um candidato. Pode ser do PSD ou de partidos aliados. No momento certo, vamos discutir essa questão."
O prefeito admitiu que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) é contrário à criação do PSD, mas negou que o tucano trabalhe para inviabilizar o partido. "O próprio Geraldo Alckmin se manifestou contrário. Foi até muito transparente. Ele não escondeu e demitiu o Guilherme Afif Domingos (vice-governador) quando ingressou", lembrou, referindo-se à decisão do tucano de tirar o vice da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. "Eu ficaria muito desapontado se ele (Alckmin) estivesse trabalhando contra. Seria um desserviço à democracia. Não o colocaria como um adversário."
Assinaturas. O prefeito afirmou respeitar uma eventual instalação de CPI na Câmara Municipal para apurar supostas irregularidades na coleta de assinaturas para a criação do PSD. "Tenho profundo respeito pela autonomia do Legislativo. Não acredito que seja o caso, mas, se a Câmara entender, estamos à disposição para colaborar. Posso afirmar que existe uma determinação veemente de que não haja interferência de ação da Prefeitura com qualquer partido."
Ele atribuiu à "imperfeição" ou "inocência de algum militante" a inclusão de assinaturas de pessoas mortas na lista de apoio ao partido. "Não é má-fé de dirigentes do partido. Só falta alguém imaginar que um partido vai burlar a lei colocando, entre milhares de pessoas, dois ou três que já morreram." Segundo Kassab, o TSE está auditando as assinaturas e já certificou 100 mil nos últimos dez dias.
Impugnação. O PTB paulista, presidido pelo deputado estadual Campos Machado, aliado de Alckmin, vai pedir à Justiça Eleitoral impugnação do PSD tão logo seu pedido de criação seja protocolado. O argumento é o de que uma sigla com as mesmas letras foi incorporada ao PTB em 2003.Sphere: Related Content
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