Noticiário cotidiano - Portos e Logística |
Dom, 22 de Maio de 2011 23:55 |
O grupo WTorre, que fechou negócios com fundos de pensão de estatais e com a Petrobras, foi um dos clientes da empresa de consultoria do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. A empreiteira também fez doações de campanha a Palocci (R$ 119 mil), em 2006, e a Dilma Rousseff (R$ 2 milhões), no ano passado. Um dos negócios da WTorre com a Petrobras foi a construção do dique seco do Estaleiro Rio Grande, que está construindo plataformas para o pré-sal. |
Palocci deu verba para projeto de cunhada, diz jornal
Embora proibido, beneficiar entidades dirigidas por parentes não prevê qualquer punição
Quando ainda era deputado, Palocci destinou 250.000 reais para fundação de cunhada
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São Paulo – Quando ainda era deputado, o ministro da Casa Civil Antonio Palocci destinou verbas do Orçamento da União a uma entidade que tem como vice-presidente sua cunhada, diz reportagem do jornal “Folha de São Paulo” deste domingo.
O repasse contraria a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que veda a destinação de recursos a entidades privadas dirigidas por parentes de agentes políticos dos Três Poderes.
Em 2008, Palocci apresentou uma emenda ao Orçamento no valor de 250.000 reais, indicando como beneficiária a Fundação Feira do Livro de Ribeirão Preto, cuja vice-presidência era ocupada por Heliana da Silva Palocci. A cunhada do ministro é esposa de seu irmão e permanece no cargo até hoje.
Segundo o jornal, foi o Ministério do Turismo que pagou a conta em 2009 ao firmar convênio com a fundação para promover uma das edições da Feira do Livro de Ribeirão, cidade onde Palocci iniciou a carreira.
A justificativa do então deputado para a emenda foi a necessidade de “ajuda financeira federal para que se garanta a continuidade” do evento, considerado importante para a região. Entre 2007 e 2010, porém, essa foi a única vez que Palocci indicou recursos para a entidade.
Segundo a “Folha”, o chefe da Consultoria de Orçamento da Câmara, Wagner Figueiredo, confirmou que cunhado é parente de acordo com o novo Código Civil. Figueiredo afirmou, porém, que é “muito difícil” identificar as entidades dirigidas por parentes de congressistas. A legislação também não prevê punições para quem desrespeita a regra.
O jornal lembra ainda que no mesmo ano em que Palocci apresentou a emenda, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou um projeto que incluía na Lei de Responsabilidade Fiscal a proibição de transferir verbas públicas para entidades geridas por parentes de ocupantes de cargos legislativos. A proposta, contudo, permanece parada no Congresso.
Palocci - “Operação Abafa” agora no Senado; segundo Jucá, ministro já explicou tudinho…
Por Leandro Colon e Mariângela Gallucci, no Estadão Online:
O governo federal considera esta semana decisiva para conter a crise em torno do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, cobrado a explicar o aumento de seu patrimônio nos últimos anos. A base aliada governista no Congresso estabeleceu como prioridade barrar a tentativa de convocação de Palocci para depor no Senado, ação bem-sucedida na Câmara na semana passada, e impedir que a oposição avance na coleta de assinaturas para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso.
“Essa disputa é um embate político, e o governo vai reagir para não permitir o desgaste do ministro. O Palocci já deu todas as explicações”, afirma o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). A avaliação governista é a de que barrar a convocação de Palocci na Comissão de Fiscalização e Controle, onde a oposição quer levá-lo para dar explicações, e segurar os movimentos pró-CPI seriam um passo político fundamental diante do atual cenário da crise, uma estratégia que não pode levar em conta o surgimento de fatos novos que agravariam a situação.
Na Câmara, o governo trabalhou com tranquilidade para derrotar a oposição. No Senado, o jogo é mais pesado, embora o Palácio do Planalto tenha maioria. A ordem é não dar brechas em comissões, para não repetir episódios passados, em que a oposição aproveitou descuidos da base governista e conseguiu convocar ministros.
Senadores de oposição disseram estar convencidos de que os negócios do ministro são “tráfico de influência”. Os partidos adversários do governo querem que Palocci explique como conseguiu multiplicar seu patrimônio em, pelo menos, 20 vezes num período de quatro anos com sua empresa Projeto Consultoria Econômica e Financeira, que, desde dezembro, atua só no ramo de administração imobiliária para cuidar do apartamento de R$ 6,6 milhões e do escritório de R$ 882 mil comprados em 2009 e 2010 em São Paulo.
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