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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Carlos Brickmann: “Se os adversários amaciam com Palocci é porque sabem quem está contra ele”

Coluna do

Ricardo Setti

Kassab, Serra, Aécio -- e Palocci: "ruim com ele, pior sem ele"

Amigos, sugiro a leitura, como costumo fazer aos domingos, das quatro primeiras notas da coluna que meu amigo e excelente jornalista Carlos Brickmann publica hoje em cinco diferentes jornais, sob o título “Nhô ruim e nhô pió”.

Nhô ruim e nhô pio

O prefeito paulistano Gilberto Kassab, que o PT só não chamou de santo, se comprometeu a proteger as informações sobre o Imposto sobre Serviços pago pela empresa do ministro Palocci — pelo ISS, seria possível calcular o faturamento da dita cuja. O ex-governador José Serra, que o PT só não chamou de bonito, já disse que não vai criticar um ministro só porque seu patrimônio cresceu. O senador Aécio Neves, que até já se aliou ao PT, mas deve ser candidato à Presidência da República contra os petistas, está numa doçura de derrubar diabético.

Goste-se ou não de Kassab, Serra e Aécio, burros é que não são. Analisaram o caso e chegaram à conclusão de que piores do que Palocci são os adversários de dentro do PT que se dedicam a derrubá-lo. Palocci é simpático, divertido, mas isso não seduziria um mal-humorado de carteirinha como Serra. Se os adversários amaciam com Palocci é porque sabem quem está contra ele.

Palocci é um importante quadro partidário do PT, mas tem limitações. Age nas fronteiras traçadas pelo ex-presidente Lula e pela presidente Dilma. Além disso, por mais que se fortaleça, tem uma tremenda capacidade de se meter em encrencas que bloqueiam voos mais altos. Já seus inimigos internos, não. Querem envolver o Governo, enquadrar a presidente, transformar o ex-presidente num símbolo decorativo, não mais que isso, e tratar os adversários a pão e água — sendo que os adversários, se forem prudentes, só tomarão a água depois de analisá-la.

Pode ser a Escolha de Sofia, mas se é ruim com Palocci é pior sem ele.

Gatinhos ronronantes

O PSDB concluiu que, embora macio, tem de fazer alguma coisa no caso Palocci. Decidiu propor uma CPI mista. Precisa de 171 deputados e 27 senadores. Quando tentou uma medida ainda mais light, conseguiu 72 assinaturas.

Definitivo

Frase de Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, responsável pela denúncia do mensalão, conhecedor da política, sobre a guerra contra Palocci:

Recuso-me a assistir a pecador ficar atirando pedra em Maria Madalena.

A primeira pedra

A Turma dos Dossiês (Lula os chamaria de “aloprados”) que iniciou a caça a Palocci pode ter destampado a panela. A imprensa descobriu que mais cinco ministros têm consultorias como a de Palocci, todas ativas. São, como se sabe, José Eduardo Cardozo (Justiça), Fernando Bezerra (Integração), Fernando Pimentel (Desenvolvimento), Leônidas Cristino (Portos) e Moreira Franco (Assuntos Estratégicos).







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