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domingo, 12 de setembro de 2010

#DILMA : Filho de Erenice é acusado de fazer lobby no Planalto




Sérgio Lima/Folha

Ex-braço direito de Dilma Rousseff e atual ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra está de volta ao noticiário.

Chega acompanhada do filho, Israel Guerra. Notícia veiculada na última edição de Veja informa:

1. Israel, o filho de Erenice, atua como lobista. É sócio da Capital Assessoria e Consultoria. Aproxima empresários de órgãos públicos.

2. Sempre que as tratativas se convertem em contratos, a firma de Israel belisca uma “taxa de sucesso”. Coisa de 6%.

3. Israel serve-se do prestígio da mãe. E tem como sócios dois servidores públicos lotados na Casa Civil, sob Erenice.

4. A notícia traz declarações de Fábio Baracat. Empresário, ele foi sócio de uma empresa que transporta cartas para os Correios, a MTA Linhas Aéreas.

5. Ouça-e Baracat: “Fui informado de que, para conseguir os negócios que eu queria, era preciso conversar com Israel Guerra e seus sócios”.

6. A MTA deseja ampliar seus negócios com os Correios. E Baracat decidiu achegar-se ao filho de Erenice. Depois de alguns encontros, Israel o levou à presença da mãe.

7. Deu-se, segundo a revista, no ano passado, quando Erenice ainda era a segunda de Dilma Rousseff.

8. "Depois que eles me apresentaram a Erenice, senti que não estavam blefando", rememora Baracat.

9. O empresário decidiu contratar a firma de Israel. Coisa de R$ 25 mil mensais, mais 6% de “taxa de sucesso” caso os negócios com o governo avançassem.

10. No total, houve quatro encontros com Erenice. No último, realizado abril de 2010, ela já era ministra.

11. Nessa conversa, conta Baracat, Erenice mostrou-se incomodada com o atraso de um dos pagamentos à empresa do filho.

12. Baracat reproduz uma frase que diz ter ouvido de Erenice: "Entenda, Fábio, que nós temos compromissos políticos a cumprir".

13. O lobby rendeu dividendos. Dois meses depois da última conversa com Erenice, a firma de Baracat obeteve novos contratos com os Correios. Coisa de R$ 84 milhões.

14. Neste sábado (11), Erenice soltou uma nota. No texto, diz que os esclarecimentos que prestou a Veja foram “levianamente desconhecidos”.

15. Anota como se sente: “Atacada em minha honra pessoal e ultrajada pelas mentiras”.

16. A ministra anuncia que vai à Justiça contra Veja. Exigirá reparação por “danos morais” e “direito de resposta”.

17. Escreve: “Como servidora pública, sinto-me na obrigação [...] de colocar meus sigilos fiscal, bancário e telefônico” à disposição.

18. Pena que a ministra não tenha aproveitado sua nota para expor os esclarecimentos que, segundo diz, a revista ignorou.

19. Além da folha de papel, Erenice tinha à sua disposição gravadores e microfones. Se convocasse uma entrevista, a audiência seria grande.


Dilma não conhece a palavra impossível, diz nova ministra
31 de março de 2010 21h06 atualizado em 15 de abril de 2010 às 09h42

Ao lado da nova ministra da Casa Civil, Erenice Guerra (esq.), Dilma Rousseff acena ao deixar o Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Ao lado da nova ministra da Casa Civil, Erenice Guerra (esq.), Dilma Rousseff acena ao deixar o Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil


Laryssa Borges
Direto de Brasília

A nova ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, elogiou nesta quarta-feira sua antecessora, Dilma Rousseff, e disse que para a pré-candidata do PT à Presidência da República não existe nada impossível. Petista como a chefe a quem acompanha desde 2003, Erenice não citou o processo eleitoral, mas disse que Dilma será "vitoriosa" porque não vai em sentido oposto a suas crenças.

"A ministra Dilma não conhece a palavra impossível. Ela sempre fez, ela não sabe que certas coisas são impossíveis, ela faz. Ela me ensinou isso e eu tive a felicidade de desde 2002 conhecê-la e começar a trabalhar com ela. Aprendi muito nesse período, mas aprendi principalmente que não podemos trair nossas próprias crenças, nossos ideais, que temos que permanecer fiéis a eles porque vale a pena. Temos que ser honestos porque vale a pena, trabalhar com seriedade porque vale a pena, porque esse sempre foi o exemplo dela e sei que vale a pena", disse a nova ministra.

Quando secretária-executiva, Erenice Guerra foi apontada como a responsável pela confecção de um suposto dossiê contra o governo Fernando Henrique Cardoso, que reuniria dados considerados confidenciais e privados. No entanto, ela alegou que o material tratava-se apenas de um banco de dados.

"Você (Dilma) será vitoriosa também por causa disso (por não trair crenças), porque você trabalha com seriedade, com honestidade e isso vale a pena. Tenho muito orgulho de estar substituindo a ministra Dilma na Casa Civil", disse.

Sobre a nova gestão, Erenice Guerra disse que "não pretende inventar a roda" e fará tudo para não decepcionar o pré-candidata petista. "A única coisa que posso dizer é que farei tudo o que estiver ao meu alcance para não decepcioná-la, para honrar sua confiança em mim e para continuar esse trabalho que acho que é uma missão, mas é uma missão que nos faz melhores. É um desafio. Eu não vou inventar a roda. Não tenho que inventar a roda. Já tem muita roda aí para tocar e aí vamos tocar essas rodas", afirmou.


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