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domingo, 4 de julho de 2010

Caso Bruno: pontos obscuros intrigam a polícia





03 de julho de 2010 05h16 atualizado às 08h26



A estudante paranaense Eliza Samudio, 25 anos, está desaparecida desde a noite de 25 de junho
Foto: Reprodução


A polícia de Minas Gerais está montando um grande quebra-cabeça para desvendar o misterioso do desaparecimento da estudante Eliza Silva Samudio, 25 anos, ex-amante do goleiro Bruno Souza, do Flamengo. Entre as peças que os agentes tentam encaixar estão as imagens das câmeras de circuito interno do Condomínio Turmalina, em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte, onde o atleta tem sítio. Os investigadores procuram entender o entra e sai de carros e de pessoas no imóvel, sobretudo entre os dias 6 e 10 de junho, período em que a jovem teria permanecido ali.

Outra questão intriga os agentes: nas filmagens do circuito de câmeras do condomínio, o jipe Range Rover do atleta, no qual foram encontrados vestígios de sangue, não aparece cruzando o portão principal nos dias 8 e 9. O livro de controle de entrada e saída relata, porém, a passagem do veículo no dia 8, por volta das 11h40. Vinte minutos mais tarde, o carro foi parado pela Polícia Militar no Município de Contagem e acabou apreendido por dívida de IPVA. Nesta data, segundo as investigações, Eliza estava viva, já que falou por telefone com duas amigas no dia 9.

"Precisamos entender como pode haver sangue no carro se o veículo estava apreendido. Mas antes temos de esperar o resultado do exame de DNA para saber de quem é este sangue", afirmou o diretor do Departamento de Investigação de Homicídios da Polícia Civil mineira, delegado Edson Moreira.

Uma possibilidade levantada seria a de que o jipe pudesse ter sido retirado do depósito do departamento de trânsito de Contagem, onde ficou até o início desta semana. "Poder, pode tudo", disse o delegado.

Mesmo sem o resultado do exame de DNA do sangue, a linha de investigação da Delegacia de Homicídios seguiu por outro caminho. Desde quinta-feira, investigadores tentam identificar um EcoSport dourado que seria de outro jogador de futebol, com o qual Bruno teria passado a circular em Minas.

A polícia ainda tenta checar a informação passada por uma testemunha, em depoimento, de que um traficante identificado como Cleiton teria recebido R$ 70 mil para sumir com Eliza. A testemunha, que teria ouvido a versão em um bar no bairro da Liberdade, no Município de Ribeirão das Neves (MG), chegou a dizer que o corpo poderia estar na Mata das Abóboras. Mas a polícia não chegou a fazer buscas no local. Os agentes tentam saber se há relação entre Cleiton e o motorista Cleiton da Silva Gonçalves, que dirigia a Range Rover no momento da apreensão.

No rastreamento de ligações feitas por todos os envolvidos - vítima e suspeitos -, a polícia tenta cruzar a localização das antenas de cada telefone. O que se sabe é que o aparelho de Eliza usava a antena de Betim, município vizinho ao sítio de Bruno, quando a moça fez as quatro ligações no dia 9 de junho, talvez o último dia de vida dela. A antena utilizada por quem fala de dentro do sítio é justamente a de Betim, segundo as investigações.


O  Dia

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