01h40, 04 de julho de 2010
Depois de pagar fiança e ser liberada na semana passada por subtração de incapaz, Dayanne Rodrigues, 23 anos, mulher do goleiro do Flamengo Bruno Fernandes Souza, 25, esteve por 15 minutos na casa onde mora a mãe, no Bairro Trevo, na Pampulha, em Belo Horizonte, para pegar duas malas, e desapareceu. Segundo a mãe da jovem, Maria Pedro Rodrigues do Carmo, "ela não entrou mais em contato" com a família e mantém o celular desligado. Se ela está em Minas ou no Rio de Janeiro, os parentes não sabem dizer. O jogador rubro-negro é suspeito de envolvimento no sumiço da modelo Eliza Samúdio, depois que ela tentou que ele reconhecesse a paternidade do filho, de quatro meses. Quando foi presa, Dayanne estava com a criança.
A mulher do goleiro entregou o recém-nascido a uma pessoa no Conjunto Liberdade, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte - mesmo bairro onde moram os irmãos Russo e Cleiton da Silva Gonçalves, também suspeitos de participação no sumiço, e o braço-direito de Bruno, Luiz Henrique Romão, conhecido pelo apelido de Macarrão.
Dayanne simplesmente pegou as roupas dela e das duas filhas e foi embora de casa. "Ela saiu sem dar explicações. Só disse que tinha sido presa e saiu", conta a mãe, acrescentando que o clima na casa "está tenso e todo mundo está apreensivo".
A sogra, porém, não acredita no envolvimento de Bruno no desaparecimento de Eliza. "É um rapaz muito bom e nos ajuda muito", limitou-se a dizer. O goleiro morou por algum tempo na casa com a mulher, enquanto ainda jogava no Atlético-MG, mas cedeu o imóvel para a sogra morar com dois filhos e um casal de netos depois de mudar para o Rio de Janeiro.
O paradeiro mais provável de Dayanne é o Rio, onde Bruno está. O camisa 1 rubro-negro treina separado da equipe profissional e, ontem, sofreu ofensas anônimas. O muro da sede do Flamengo, na Gávea, no Rio de Janeiro, foi pichado durante a madrugada de ontem com a frase: "Bruno assassino. Cadê Eliza?". O que realmente aconteceu com a jovem só deve ser desvendado a partir de segunda-feira, quando o resultado do exame comparativo de DNA apontará se o sangue encontrado no carro de Bruno é ou não da modelo. Outra peça do quebra-cabeça é o depoimento de Macarrão, que deve ser intimado a depor na próxima semana.
A ação de paternidade que Eliza Samúdio, desaparecida desde o início de junho, movia contra o goleiro Bruno não será interrompida. Os advogados gaúchos Jader Marques e Anne Faraco, contratados pelo pai de Eliza, o arquiteto Luiz Carlos Samúdio, para acompanhar as investigações a respeito do desaparecimento da jovem, informaram que é intenção da família provar que o menino de 4 meses, chamado de Bruninho, é mesmo filho do jogador.
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A atual mulher do goleiro Bruno, Dayanne Souza prestou depoimento após ser presa no dia 24 de junho
Foto: André Mourão/O Dia
Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, 23 anos, mulher do goleiro Bruno, do Flamengo, afirmou em depoimento à polícia que uma das filhas dela, de 5 anos, chegou a conviver por alguns dias com o filho da estudante Eliza Samudio, 25 anos, que está desaparecida há três semanas. O menino, que tem 4 meses de idade, seria filho de Bruno. Ela disse que sabia da existência de Bruninho, o qual todos chamavam de Ryan Yuri. Ela afirmou que os filhos dela com Bruno até haviam tido contato com o menino e que uma das filhas "inclusive passou a chamar o menino de irmãozinho".
No depoimento ao qual Terra teve acesso, dado à delegada Alessandra Wilke no dia 24 na Delegacia de Homicídios de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, Dayanne afirmou que havia se separado de Bruno no ano passado, em janeiro, mas que "recentemente" haviam reatado o casamento, "mas que ainda não estavam morando juntos". Dayanne disse à polícia que o menino era fruto de um relacionamento de Bruno e a estudante durante o período que ela e o goleiro estavam separados.
No depoimento Dayanne afirma ainda que Vítor, irmão de criação de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, foi quem disse a ela que Eliza teria abandonado o bebê ainda no Rio de Janeiro e que Macarrão havia trazido o menino para o sítio em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte.
No dia 24 de junho, às 17h30, Dayanne afirma ter recebido uma ligação de Macarrão dizendo para "ela para passar a criança para os meninos (Wemerson, o Coxinha, e Flavinho, amigos de Bruno e Macarrão) e que se ela não fizesse isso Bruno seria acusado de seqüestro já que Eliza poderia estar armando alguma coisa".
O depoimento de Dayanne confirma a informação divulgada pelo Terra com exclusividade de que uma testemunha a havia visto brincando com o suposto filho de Bruno no parquinho do sítio do goleiro. A testemunha já foi ouvida pela polícia e, segundo o delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigações de Homicídios de Belo Horizonte, foi quem passou informações "importantíssimas" sobre a presença do menino e de Eliza na propriedade.
O caso
Eliza desapareceu no dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, ela procurou a polícia para dizer que estava grávida do goleiro, e que ele a teria agredido para que ela tomasse remédios abortivos para interromper a gravidez. Um processo de reconhecimento de paternidade corre na Justiça do Rio e o menino foi registrado apenas com o nome da mãe, sem pai declarado.
O goleiro do Flamengo é considerado pela polícia mineira como o principal suspeito. Ele nega as acusações de que estaria envolvido no desaparecimento de Eliza, que teria viajado a Minas Gerais a convite de Bruno. A delegada Alessandra disse que contatou as amigas de Eliza no Rio, que confirmaram a viagem. Na última quinta-feira, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza teria sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador. Ainda de acordo com as informações recebidas pela polícia sob sigilo, o goleiro teria queimado roupas e pertences de Eliza após o crime.