Dilma e o PT negam tudo sobre a armação do novo dossiê. Ninguém sabia, ninguém tinha nada com isso. Aliás, nada aconteceu.
O jornalista Luiz Lanzetta, um dos responsáveis pela comunicação na campanha de Dilma, encontrou-se com um araponga por iniciativa do araponga. E o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel nem ficou sabendo desse encontro, como declarou em nota. Ou melhor: ficou, como acabou declarando numa entrevista o próprio Lanzetta.
Uma mentirinha só, que ninguém é de ferro. Senão não seria a versão do PT.
O mais curioso nessa história é que depois de nada ter acontecido, depois de toda essa sucessão de inocências, Fernando Pimentel foi afastado do comando da campanha de Dilma. Lanzetta também foi convidado a se retirar, e já não é mais hóspede da mansão do PT em Brasília.
O que o Brasil não consegue entender é o seguinte: por que nascem tantas gerações de aloprados em torno de Lula, por que o PT nunca sabe quem são eles e por que são todos sempre inocentados em público, e defenestrados em particular.
Nada aconteceu no caso do dossiê, e os supostos envolvidos nesse nada perderam a cabeça. Nunca se viu um nada tão perturbador.
José Roberto Arruda disse que foi vítima de uma armação, mas o testemunho do corruptor que supostamente agia em seu nome foi suficiente para levá-lo à prisão. Que peso será dado, agora, ao testemunho do ex-delegado Onézimo Sousa, que afirma ter sido procurado pela campanha de Dilma para prestar serviços de espionagem contra José Serra – no pacote plus, que inclui a vida pessoal do candidato?
Caberá a Onézimo, pela enésima vez, o papel de aloprado solitário? Que misterioso magnetismo faz, afinal, esses dossiês ambulantes irem parar nas gavetas do PT, que nunca sabe de nada?
Multa por propaganda eleitoral proibida, como se sabe, Lula resolve com vaquinha sindical. Mas o que fazer com o cemitério das investigações de espionagem política? Onde acomodar tantos cadáveres da bisbilhotagem petista?
A operadora do “banco de dados” de FHC e Dona Ruth, braço direito de Dilma, virou ministra-chefe da Casa Civil. Por esse critério meritocrático, vai acabar faltando cargo no primeiro escalão do governo popular.