Com uma trama que envolve política, bastante violência e personagens polêmicos, o seriado “Na forma da lei”, de Antônio Calmon, estreia nesta terça às 22h50m na Globo com expectativas de boa audiência, substituindo “Força-tarefa”.
Segundo o autor (veja entrevista com ele abaixo), a trama central nasceu de uma história real. No seriado, o grupo formado pela promotora Ana Beatriz (Ana Paula Arósio), a delegada Gabriela (Luana Piovani), o juiz Célio (Leonardo Machado), o advogado Edgar (Henri Castelli) e o jornalista Ademir (Leonardo Machado) se une para colocar na cadeia o serial killer Maurício (Márcio Garcia).
Calmon diz que se impressionou com uma cerimônia de formatura em 2004, em que os alunos faziam uma homenagem a um colega assassinado nos primeiros períodos da faculdade. A cena, inclusive, foi parar na ficção.
— Desde então eu tive a ideia do seriado. Quando apresentei o projeto à Globo, não mostrei só a sinopse, mas os oito episódios prontos — diz Calmon, cujo último trabalho na emissora foi a novela “Três irmãs”.
Conhecido por escrever tramas mais jovens como “Top model”, “Vamp”, e “Sex appeal”, Calmon não teve problemas em escrever uma história mais policial:
— É preciso lembrar que não é uma obra jornalística ou política, mas de ficção — conta o autor, que também escreveu o seriado “A justiceira”, em 1997.
Segundo o diretor Wolf Maya, “Na forma da lei” não é só ação:
— Tem muita dramaturgia psicológica também. Podemos contar histórias interessantes em 40 minutos, para um público mais específico.
Entrevista com o autor Antônio Calmon
Qual foi sua inspiração para “Na forma da lei”?
Participei de uma cerimônia de formatura em 2004, em que a turma dedicou a celebração a um colega assassinado. Isso teve um grande impacto emocional em mim, ver os alunos chorando me marcou muito. Além disso, “Na forma da lei” reflete um pouco o momento que o Brasil vive de uns dez anos pra cá, com a chegada de jovens juízes e promotores, que têm uma nova mentalidade. Não que o judiciário brasileiro seja uma porcaria, mas eles ajudam a renovar o sistema.
Alguns personagens também fazem uma crítica à corrupção na política...
É uma obra de ficção, mas essa ligação entre a política e o crime mostra o que está acontecendo atualmente. O Maurício (Márcio Garcia), por exemplo, é um assassino que escapa da punição por ser filho de um senador.
O seriado tem bastante cenas de violência e assassinato. Qual foi sua preocupação ao abordar esses assuntos?
São 15 mortes ao longo dos episódios. O primeiro já traz um assassinato terrível... E a história toca em outros assuntos barra-pesadas, como pedofilia. Mas o horário é adulto, e tomei cuidado. Não há exploração da violência nas cenas, não mostramos corpos retalhados, essas coisas.