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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Governador demite delegado Fleury


  • 2 de junho de 2010 |
  • 23h55 |

Bruno Tavares

Marcelo Godoy

O governador Alberto Goldman (PSDB) demitiu ontem da Polícia Civil o delegado Paulo Sérgio Oppido Fleury, acusado de presentear as secretárias da então juíza-corregedora Ivana David Boriero com bolsas Louis Vuitton falsas. Foi considerado procedimento irregular de natureza grave.

Fleury, conhecido como Fleurizinho, é filho do delegado Sérgio Paranhos Fleury, símbolo do esquadrão da morte e da repressão política no País durante o regime militar (1964-1985). Fleury, o pai, trabalhava no Departamento de Ordem Política e Social (Dops) quando o ex-comunista Goldman ainda militava no Partido Comunista Brasileiro (PCB). Matou alguns dos inimigos da ditadura, como os líderes comunistas Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira. Militares aprenderam com ele a prender, torturar e matar. Morreu afogado em 1979, em um acidente banal – escorregou de um barco em Ilhabela (SP).

Fleurizinho fez carreira não menos polêmica. No caso das bolsas, foi condenado em primeira instância a 2 anos de prisão, mas foi absolvido. O processo administrativo continuou. O delegado Marco Antônio Desgualdo, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), havia proposto suspensão, pena aceita pelo então secretário da Segurança, Ronaldo Bretas Marzagão. Mas a competência para decidir processos administrativos de delegados, por lei, não é do secretário, mas do governador. Assim, o atual secretário, Antônio Ferreira Pinto, anulou a decisão e enviou o caso para o Palácio dos Bandeirantes.

Fleury era o todo-poderoso no combate à pirataria quando foi acusado de desviar mercadorias apreendidas por sua delegacia. Segundo o Ministério Público Estadual, ele teria transformado sua empresa de assessoria em uma espécie de distrito pirata, e usava a delegacia que chefiava para fazer investigações contratadas pelos seus clientes. Foram encontrados 25 autos de apreensão de mercadorias sem vínculo com inquéritos, cujos bens não foram para perícia, mas “subtraídos pelos denunciados”, segundo denúncia do MP.

Por causa disso, Fleury foi condenado a 6 anos e 8 meses de prisão, mas teve o direito de apelar em liberdade – o TJ ainda não analisou o recurso. O processo administrativo ainda não foi concluído. O delegado é investigado ainda pela 4ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social sob suspeita de improbidade administrativa.

Fleury se diz vítima de perseguição do atual secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto. Sua defesa alega que ele não praticou crime ao presentear as secretárias, pois a dona da marca não representou pela apreensão do material. Seu advogado, Jorge Henrique Martins, foi procurado pela reportagem, mas não retornou.



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