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SÃO PAULO - O pai da menina Isabella, Alexandre Nardoni, afirmou em interrogatório que a Polícia Civil de São Paulo tentou coagi-lo. A informação é da assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo. Nardoni disse que, em uma ocasião, o delegado titular do 9º Distrito Policial (Carandiru), Calixto Calil Filho, o chamou de "psicopata frio". Além disso, acusou o titular do 9º DP de ter tido ações violentas em uma ocasião, como chutar lixeiras e bater na mesa. O interrogatório começou por volta das 18h e terminou às 20h.
O pai da menina Isabella foi interrogado no Fórum de Santana, na zona norte de São Paulo (SP). Por determinação de Fossen, a madrasta Anna Carolina Jatoba não acompanhou o interrogatório, de acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça. Nardoni teria reafirmado inocência.
O interrogatório da companheira de Nardoni teve início às 13h52 e terminou às 17h30, totalizando cerca de três horas e 40 minutos de duração. Segundo a assessoria do tribunal, ela se emocionou e chorou em diversos momentos e disse ao juiz Mauricio Fossen que as acusações são "totalmente falsas".
Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, ela foi levada para a carceragem do Fórum de Santana. O casal se encontrou por alguns minutos. De acordo com um policial, Nardoni tentou acalmar Anna Carolina.
Anna Carolina afirmou no interrogatório que foi pressionada pela polícia desde o dia da morte da menina a incriminar o pai da garota, Alexandre Nardoni, de acordo com a assessoria do tribunal.
Anna Carolina foi contestada pelo promotor responsável pelo caso, Francisco Cembranelli. Ele disse que, quando ela foi pela segunda vez à polícia, não relatou esse fato. A Polícia Civil de São Paulo informou que não vai se pronunciar sobre a declaração da madrasta pois o caso já está com a Justiça.
Isabella Nardoni, 5 anos, foi encontrada ferida no dia 29 de março no jardim do prédio onde moram o pai Alexandre Nardoni e a madrasta Anna Carolina Jatobá, na zona norte de São Paulo. Segundo os Bombeiros, a menina chegou a ser socorrida e levada ao Pronto-Socorro da Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu por volta da 0h.
O inquérito policial apontou que ela foi agredida, asfixiada e jogada do sexto andar do edifício. No dia 18 de abril, Alexandre e Anna Carolina foram indiciados por homicídio doloso, triplamente qualificado. No dia 6 de maio, o promotor Francisco Cembranelli denunciou e pediu a prisão preventiva do casal, aceita pela Justiça. Alexandre está preso na Penitenciária Dr. José Augusto Salgado (P-2), em Tremembé (SP), e Anna Carolina, na Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, também em Tremembé.