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PAULO TOLEDO PIZA
Colaboração para a Folha Online
Anna Carolina Jatobá, madrasta de Isabella Nardoni, atacou policiais e delegados na tarde desta quarta-feira em depoimento ao juiz Maurício Fossen. Jatobá e o marido, Alexandre Nardoni, pai da menina, são acusados de agredir e jogar Isabella pela janela de seu apartamento, no edifício London, zona norte de São Paulo.
A madrasta afirmou que os policiais e a delegada Renata Pontes a pressionaram nas horas seguintes ao crime para que ela incriminasse o marido. "Vou colocar você numa [prisão] temporária, você não tem faculdade, o Alexandre tem. Você não tem noção do que é cair numa prisão", teria dito Pontes, segundo a acusada.
Outros policiais também teriam participado da pressão, dizendo que ela estava defendendo o marido por amor e teriam usado os mesmos argumentos de Pontes --de que ela iria pela prisão comum, e ele seria mantido apenas com presos que também têm o terceiro grau completo.
A pressão para que ela confessasse teria continuado no apartamento. Logo depois, um policial a puxou, segundo Jatobá, subiu com ela ao apartamento. Lá estavam outros dez policiais comendo chocolate e bebendo café.
O juiz Fossen abriu a sessão para perguntas do promotor Francisco Cembranelli. Ele perguntou se Jatobá havia falado da pressão para os advogados, porque a ele não havia dito nada em nenhuma oportunidade.
Por meio da assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública, Renata Pontes se disse tranqüila em relação a seu trabalho de investigação e que jamais induziu, sugeriu, aconselhou ou mandou que Jatobá desse qualquer tipo de resposta.
Ciúme
Questionada, Jatobá admitiu que tinha muito ciúme de Ana Carolina Oliveira, mãe da Isabella e ex-namorada de Alexandre, mas não por causa da garota, e sim por que ambas têm o mesmo nome e são parecidas, na opinião dela.
"Sempre perguntava para o Alexandre: 'Você ainda gosta dela?' Ele respondia que não", disse Jatobá. O ciúme só diminuiu, segundo a madrasta, quando nasceu Pietro, primeiro filho dela e de Alexandre.
Gênio
"Meio geniosa" e "de personalidade forte". Foi assim que Jatobá se definiu diante do juiz. Ela relatou que seu pai a havia aconselhado a procurar um médico porque parecia muito estressada.
Jatobá disse que acatou a sugestão, e um médico receitou a ela o antidepressivo e ansiolítico Lexapro. O tratamento não foi adiante porque o remédio era muito caro. A madrasta afirmou que comprou uma versão mais barata do remédio, mas mesmo assim só o tomou duas vezes "porque dava muito sono".
sábado, 20 de março de 2010
Jatobá acusa policiais e admite ciúme da mãe de Isabella
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ISABELLA