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domingo, 21 de março de 2010

Hackers usam técnica para relacionar Lula a ‘mentiroso’ no Google


por André Mascarenhas


21.março.2010 15:39:47

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Experimente fazer uma pesquisa com a palavra “mentiroso” no Google e o que você encontrará como primeiro resultado é o verbete da Wikipedia sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Agora abra o texto da enciclopédia colaborativa e tente localizar a palavra “mentiroso”. Ela simplesmente não esta ali. A conclusão é óbvia: alguém está enganando o buscador, e o Google não esconde que seu sistema seja suscetível a esse tipo de ataque.

A técnica é uma velha conhecida de hackers e usuários experientes da rede. Trata-se do Googlebombing – ou “bombardeando o Google”, em português. Nas palavras da própria gigante das buscas, é uma prática em que “alguns internautas podem produzir resultados estranhos, criando falso link entre um termo buscado e seu resultado”.

Em linhas gerais, funciona assim: o usuário escolhe uma palavra ser procurada e o website que será o alvo. No caso, a palavra “mentiroso” e o verbete da Wikipedia. A partir daí, o internauta mal-intencionado cria links para esta página através da palavra escolhida, distribuindo-o em websites, em sua assinatura em fóruns, em blogs, etc.

O resultado é uma consequência do próprio sistema de indexação do Google, que organiza as páginas buscadas pela quantidade de links feitas a ela. Ou seja, quanto maior o número de referências para página de Lula na Wikipedia através da palavra “mentiroso”, mais bem classificada ela será no resultado da busca.

Apesar do viés político do caso em questão, a empresa, por meio de sua assessoria, afirma ver na técnica mais uma “brincadeira” do que um ato de ativismo político. Seja como for, a maioria dos casos de Googlebombing é político. Buscas por “maior mentiroso do Brasil” também levam para página de Lula na Wikipedia. Dê um Google por “político honesto” e você encontrará uma página de “erro 404″ com a inscrição “político honesto não encontrado”.

Nos Estados Unidos, segundo post do blog do Google, esse tipo de ataque voltou a chamar a atenção em janeiro de 2009, quando resultados forçados relacionavam buscas pela palavra failure (falha) à página da biografia do presidente Barack Obama.

No mesmo post, a empresa explica que possui um algoritmo que detecta Googlebombs, mas que o utiliza muito pouco, já que “ele usa uma capacidade muito grande de processamento de dados para rastrear toda a web e muito raramente Googlebombs verdadeiros são criados”.

Sobre a situação no Brasil, o Google diz não tolerar “a prática do Googlebombing, ou qualquer outra ação que visa afetar a integridade dos resultados de pesquisa”, mas não respondeu se tomará alguma providência no caso em questão.

Procurada pela equipe do Blog, a Presidência da República disse que não irá comentar o assunto.



Petistas da Saúde temem confronto entre Dilma e Serra

por Rodrigo Alvares


21.fevereiro.2010 18:16:00

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“Quem é a Dilma para nós, do ponto de vista da militância?”. Foto: Ed Ferreira/AE

A portas fechadas, longe dos holofotes e do discurso eleitoral, os petistas que tratam dos problemas da saúde temem o confronto entre a candidata Dilma Rousseff e o tucano José Serra, governador de São Paulo. Menos de uma hora depois de o 4º Congresso Nacional do PT ter aprovado o projeto de governo para a candidata à Presidência, na sexta-feira, a reportagem do estadão.com.br flagrou uma reunião em que um grupo de petistas revelou temor pela fragilidade com que Dilma discute o tema e pela “vulnerabilidade” como estão entrando no debate eleitoral. O programa aprovado, diziam, “não vale quase nada”.

Reunidos em uma sala do segundo andar do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, membros do grupo setorial de saúde do PT queixaram-se da gestão da área no governo Luiz Inácio Lula da Silva e fizeram uma série de comentários críticos à ministra-chefe da Casa Civil. Uma das militantes questionou: “Quem é a Dilma para nós, do ponto de vista da militância? Não podemos entrar na campanha vulneráveis como a gente está na saúde.”

Participaram do encontro, que foi gravado pela reportagem, o ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PE), o secretário de Gestão Estratégica e Participativa da atual equipe do ministério, Antônio Alves de Souza, e outros dirigentes.

Uma dirigente disse que ficou espantada com a falta de habilidade da pré-candidata, em um debate. “Ela entrou recuada para discutir política social na saúde. Foi um horror. Se o nosso presidente era muito verde quando entrou, imagina a Dilma! Ela vai ser questionada e vai ter de falar sobre o assunto a partir de abril.”

O ex-ministro adotou um discurso mais conciliador. “Precisamos nos organizar para influenciar nesse processo. Temos de ganhar a nossa candidata, que não tem o que o nosso presidente tem”, afirmou. A capacidade administrativa da ministra na área foi muito questionada. “O José Temporão (ministro da Saúde) já ficou quatro horas conversando sobre saúde com a Dilma”, disse um dos participantes.

Nem o plano de governo foi poupado. “Acho que não preciso dizer para todo mundo aqui que isso que aprovaram há pouco não vale nada. Esse programa só vai ficar pronto mesmo lá por agosto. Esse encontro é para agradar à militância”, criticou outro petista.

Indagado sobre a insatisfação em relação à falta de propostas específicas do programa e quanto à condução do assunto pelo partido, o novo presidente do PT, José Eduardo Dutra, negou qualquer problema. “Isso não procede. É comum que alguns termos não sejam especificados e fiquem de fora. Tivemos reclamações de todos os setoriais.”





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