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quarta-feira, 31 de março de 2010

CPI de crianças desaparecidas quer informações sobre os jovens que sumiram em GO

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da Agência Brasil

A relatora da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga o desaparecimento de crianças e adolescentes no país, deputada Andréia Zito (PSDB-RJ), apresentará na reunião desta terça-feira (30) requerimento para que sejam convocados os delegados responsáveis pela investigação do caso de seis menores de idade que estão desaparecidos na cidade de Luziânia, no entorno de Brasília.

Os dois policiais compareceram à audiência pública sobre o assunto realizada na quarta-feira passada na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, mas não falaram sobre as investigações, alegando segredo de Justiça. Andréia que esteve presente à audiência, aceitou justificativa dos delegados em parte, mas pretende ouvi-los em sessão reservada.

Segundo a relatora, as poucas declarações dos delegados Ellan Wesley Almeida Soares, da Polícia Federal, e Josuemar Vaz de Oliveira, da Polícia Civil de Goiás, não foram esclarecedoras.

"O delegado Ellan Wesley disse que a polícia não descarta qualquer linha de investigação, incluindo o tráfico de órgãos e existência de grupo de extermínio na região. E o delegado Josuemar disse que o desaparecimento dos jovens está envolto em um mistério muito grande e a polícia não tem nenhuma pista".

O presidente da comissão do Senado, senador Cristovam Buarque, revelou sua decepção, a começar pela ausência do ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, convidado para a audiência.

"A impressão que eu tenho é de que as polícias não se empenham, o governo não toma conhecimento e a mídia não dá cobertura. O espaço dado ao desaparecimento da menina inglesa em Portugal foi muito maior do que o que se dá ao desaparecimento de seis meninos em Luziânia."

Os dois delegados informaram, na audiência, a entrada da Interpol na investigação, o que sugere tráfico internacional de pessoas ou de órgãos humanos. Segundo a líder das mães de Luziânia, Sônia Vieira, o reforço policial é bem-vindo, mas as famílias continuam à espera de informações.

"No dia 4 próximo faz três meses que meu filho sumiu. Acho que esta história de segredo de justiça é para não atrapalhar, mas a gente fica sem resposta outra vez", lamentou.

Sônia é copeira no Hospital Regional de Luziânia. Na audiência pública no Senado, vestia uma camiseta com a foto do filho Paulo Vítor Vieira de Azevedo Lima, de 16 anos. As outras cinco mães também estampavam fotos dos seus desaparecidos.





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