Esta aí a foto de Soraia (Nanda Costa) vestida de Dora (Giovanna Antonelli) para seduzir Garcia (Mario Jose Paz) em "Viver a vida". Ela consegue convencer o argentino a ficar com o emprego da prima no restaurante enquanto ela está fora. Garcia aceita, mas diz que Soraia terá de usar o uniforme de Dora, pois não tem nenhum novo. Ela então sobe ao quarto da prima e veste não só seu uniforme, como calça sua sandália e usa o perfume e o batom dela. Quando a vê, Garcia pensa que está vendo sua amada. Leia o diálogo da cena, prevista para ir ao ar neste sábado:
Ele trabalhando no caixa. Ela dobrando guardanapos de papel, ali por perto.
GARCIA —Soraia, querida, já disse que não precisa ficar aí se cansando, fazendo essa chatice. Tenho os funcionários pra isso.
SORAIA —Não me dá trabalho nenhum e ainda me distrai. Garcia, você pensou no que te falei?
GARCIA —O que você me falou? Vamos lá, ative a memória desse velho homem.
SORAIA —Para de dizer que é velho! A Rafaela é que tem razão: só porque tem cabelos brancos? E daí?
GARCIA —Cabelos brancos e umas boas décadas vividas nas costas. Já não estou suficientemente credenciado à velhice?
SORAIA —Não. Você é mais ativo e animado que muito garotão da minha idade.
GARCIA — Então esses meninos estão muito devagar. Mas, vamos lá, o que você me disse que eu não deveria ter esquecido?
SORAIA —Sobre trabalhar aqui no restaurante, no lugar da Dora, só enquanto ela não volta.
GARCIA — É verdade, me lembro agora. Mas sabe o que é, meu anjo, e se Dorita chega, sei lá... amanhã? Como fica?
SORAIA —Acha mesmo que ela está para voltar, assim, tão rápido?
GARCIA — Ela já está há dias lá! E me disse que não demoraria, tenho que acreditar. E é como te falei, estou dando mais um tempo. Se Dorita não der sinal, vou até o Rio ver o que está acontecendo.
SORAIA —Tudo bem. Se ela chegar, eu saio, pronto. Não tem problema. É só pra eu aprender um pouco aqui, com você. Sempre quis trabalhar com público, atender as pessoas...
GARCIA — Flavinho nunca te arrumou uma vaga na sorveteria?
SORAIA —Ia dar briga. Irmão junto, sabe como é. Os donos nem deixam.
Ele pensa, considera, olha pra ela analisando.
GARCIA —Ok! Contratada!
SORAIA —Ai, Maradona – olha eu já me apossando do seu apelido – obrigada! Você sabe, eu ajudo minha mãe na casa daquele pessoal do Rio. Mas eles quase não têm vindo pra Búzios, fico meio desocupada, entende? Ganho meu salário mesmo assim, mas fico entediada.
GARCIA —Que menina trabalhadora... Bom, aqui, pelo menos, vai ter muita animação. Mas não se esqueça: é por tempo determinado e em caráter de experiência. Só até Dorita voltar, que meu quadro de funcionários já está inchado.
SORAIA —Claro, combinadíssimo. Posso começar agora mesmo?
GARCIA —Assim, no susto? E seu pai, Soraia? Olha lá que não quero confusão pro meu lado. Vai que ele entra aqui como naquele dia e/
SORAIA —Sou maior de idade. E é trabalho, poxa! O que meu pai pode fazer? E ainda ajudo em casa, caramba, botando mais uma grana.
GARCIA —Tudo bem, fazemos um treinamento hoje. Mas, olha, não tenho uniforme novo para te dar. Se importa de usar o da Dora?
SORAIA —Imagina, por mim está ótimo. Acho que ela também não ligaria de me emprestar. Depois lavo, passo e devolvo direitinho.
GARCIA —Toma a chave, sobe e pega lá no armário dela. Te espero aqui.
SORAIA —Não demoro. Volto num minutinho.
Soraia abre o armário de Dora. Depois de procurar um pouco, acha o uniforme pendurado no cabide. Pega, bota na frente do corpo e se mede no espelho. Tira o vestido que usa – fica de sutiã e calcinha - prende o cabelo num coque e veste o uniforme. Admira-se no espelho e considera a sandália que calça. Abre a outra parte do armário e saca uma de Dora. Calça, ainda vasculha um pouco por ali, passa o perfume e o batom que encontra, dá a última olhada no espelho, deixa os seios mais visíveis, a saia mais pra cima. E sai, exultante. Soraia se aproxima de Garcia, vestida como Dora. Ele olha e chega a ver sua amada no corpo de Soraia. Aperta os olhos e cai em si.
GARCIA —Nossa, por um momento pensei que fosse minha Dorita.
SORAIA —Somos primas, não é? Alguma coisa deve parecer. O jeito, pelo menos.
GARCIA —Resta saber se o tino para trabalhar com o público também é parecido, que a Dora bate um bolão. Vamos lá, vou começar te ensinando como botar a mesa para receber nossos clientes. Atenção: nosso jogo americano é este aqui. Os talheres têm que ficar arrumados como manda o figurino. Sabe arrumar os garfos e facas direitinho?
SORAIA —Sei, sim. Mas deixa eu ver como você faz, se é igual à casa onde lá onde eu trabalho, nas férias.
Garcia explica. Soraia muito atenta a tudo.
Sulamérica Trânsito
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