Publicada em 05/02/2010 às 00h00m
Wagner GomesSÃO PAULO - O ex-governador de São Paulo Mario Covas, morto em 2001 em decorrência de um câncer no intestino, foi considerado nesta quinta-feira pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça vítima da ditadura militar, e sua família receberá uma indenização de R$ 100 mil. A decisão foi anunciada em São Paulo pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, durante reunião da Caravana da Anistia, na sede da Força Sindical, onde foram julgados 88 processos de pessoas perseguidas politicamente durante o regime militar, de 1964 a 1985.
A família de Covas queria uma indenização de R$ 2,3 milhões, referentes ao salários que ele deixou de receber durante dez anos como deputado federal. Covas teve o mandato cassado em 1969, mas a Caravana da Anistia não reconheceu esse pleito e fixou a indenização em R$ 100 mil.
A reunião foi presidida por Tarso. Desde 2008, quando foi criada, a caravana já passou por 17 estados e julgou mais de 700 pedidos de anistia.
- A Caravana da Anistia não visa a revirar ódio, promover revanchismo ou vingança. Ela alerta para o que aconteceu no passado, o que o regime de força nos submeteu - disse Tarso.
No início do ano, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça já havia reconhecido como anistiados 16 filhos e netos de perseguidos políticos . Durante os julgamentos, Luiz Carlos Prestes Ribeiro Filho e João Vicente Goulart defenderam a abertura de arquivos da ditadura militar (1964-1985).
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