Quarta-Feira, 09 de Setembro de 2009 | Versão Impressa
Mas 53% têm contrato vinculado à empresa em que trabalha
Felipe Werneck
Sócio e diretor da CVA, Sandro Cimatti atribui o resultado à avaliação dos planos de saúde. "Dos vários segmentos que a gente audita, os planos de saúde tiveram a pior avaliação. A nota média este ano foi 6,27, menor que a do ano passado, quando fizemos o estudo pela primeira vez (de 6,69). Perdem até para bancos e empresas de telefonia celular", afirma Cimatti.
Desde 15 de abril, os usuários de planos individuais de assistência médica contratados a partir de janeiro de 1999 podem trocar de operadora sem ter de cumprir carências que limitem a cobertura de procedimentos. A portabilidade de carências pode beneficiar cerca de 15% (6 milhões) do total de usuários de planos de saúde no País.
PLANO ANTIGO
A pesquisa da CVA Solutions mostra que, dos entrevistados que declararam a intenção de mudar de plano, 49% estão há pelo menos quatro anos com a mesma operadora e 29%, há oito anos ou mais.
O estudo também traçou um perfil dos usuários. Entre os entrevistados, 40% têm sobrepeso, 23% são obesos e 18%, fumantes. Segundo a CVA, 59% estariam dispostos a aderir a programas de prevenção oferecidos pelos planos (como antitabagismo), desde que houvesse uma redução no valor das mensalidades.
O estudo também aponta que a maioria (78%) dos usuários aceitaria que o plano tivesse acesso a exames se, em troca, recebesse descontos na mensalidade.
Entre os benefícios desejados pelos usuários, a pesquisa relaciona, em ordem de importância: check-ups periódicos, descontos em medicamentos, programas de fisioterapia, plano odontológico, programas de vacinação, terapias alternativas (como acupuntura e homeopatia), nutricionista, programas para emagrecer e para parar de fumar, descontos em academias, seguro desemprego e seguro de vida.
Segundo a CVA, entre os benefícios, a prevenção é o atributo mais importante para os usuários e o quarto para setores de recursos humanos - também foram entrevistados representantes de 200 empresas no Rio e em São Paulo. Para o RH dessas empresas, as prioridades são a imagem da marca, o atendimento e o reembolso.
Procurada ontem, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não comentou o estudo. De acordo com a ANS, o primeiro balanço sobre a portabilidade será divulgado em outubro, quando a medida completará seis meses. A Agência informou que está aguardando dados atualizados das operadoras - os relatórios são trimestrais. A reportagem não conseguiu localizar ontem o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo de Almeida.
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