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Marcelo Victor
Sesau mudou o tipo de produto usado no combate ao Aedes Aegypti, transmissor da dengue na Capital. | | Por Redação Pantanal News/Campo Grande News Enquanto a população sul-mato-grossense seguia apavorada com a pandemia de gripe, a doença causada pelo vírus influenza H1N1, houve aumento de 655% no número de casos confirmados de dengue no inverno em Campo Grande.
Na luta para combater a doença e afastar o risco de nova epidemia no próximo verão, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) mudou o tipo de produto usado no combate ao Aedes Aegypti, transmissor da dengue na Capital.
Segundo o coordenador de Controle de Vetores, Alcides Ferreira, o larvicida diflobenzuron tem efeito mais longo. Enquanto a duração do produto leva até 70 dias, o biolarvicida poderia perder o efeito em 15 dias, com a morte dos bacilos pelo sol.
Explosão - Tradicionalmente, o número de casos de dengue cai no inverno, quando as temperaturas são mais altas e o tempo é seco. Como neste ano houve excesso de chuvas em julho e agosto, o número de pessoas com os sintomas da dengue aumentou 655% na Capital.
Foram notificados 439 casos nos meses de junho, julho e agosto deste ano, aumento de 227% em relação ao mesmo período do ano passado. Contudo, o número de casos confirmados nestes três meses foi quase cinco vezes maior, passou de 18 para 136.
Além disto, a população deve ficar alerta para a forma mais grave da doença. O número de pacientes com a dengue hemorrágica, 20 de janeiro a agosto deste ano, é recorde na Capital. No entanto, não houve nenhum óbito causado pela doença.
Combate – A Sesau começou a aplicar o novo larvicida nesta terça-feira. Cerca de 400 agentes epidemiológicos estão aplicando os produtos nos imóveis da Capital.
Segundo Ferreira, o produto não faz mal, mas a aplicação será preventiva. A agente Ana Cavalcante de Oliveira sabe que basta usar um ml do diflobenzuron para mil litros de água. “É uma medida preventiva”, destacou o supervisor João Lopes, 50 anos.
Salustiano Félix da Silva, 88, e a esposa, Otília José Silva, 80, ficaram mais tranqüilos com a aplicação do novo larvicida, já que eles não possuem condições de virar os vasos de plantas para retirar a água todo dia.
“Só vamos aplicar o novo larvicida onde não for possível usar outra forma de evitar o acúmulo de água”, destacou Lopes, que monitora os trabalhos dos agentes.
Na semana passada, o prefeito Nelsinho Trad (PMDB) já havia alertado que a chegada da temporada de chuvas e do calor acabava com o risco de epidemia da gripe suína, mas ressuscitava a dengue. | |