Plantão | Publicada em 11/08/2009 às 10h07m
Cleide Carvalho, O GloboSÃO PAULO - Dois funcionários do setor de enfermagem do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, contraíram a gripe suína e outros 10 estão com a suspeita da doença. No Hospital das Clínicas (HC), uma auxiliar de enfermagem que trabalhava no pronto-socorro morreu na última terça-feira, dia 4, vítima do vírus H1N1.
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O presidente do sindicato dos funcionários do HC, Itamar Marinho, pediu uma reunião com o comitê formado pelos hospitais do complexo, que inclui o Emílio Ribas, para discutir o assunto. Desde a semana passada, grávidas que trabalham no setor de saúde já não fazem atendimento direto a pacientes, uma vez que as gestantes respondiam por 39,5% das mortes pela nova gripe até o dia 31 de julho.
Além do HC, o Incor também tem pacientes internados por causa do vírus H1N1. Onze pacientes estão em quartos isolados, seis deles com gripe suína já confirmada. Os cardiopatas fazem parte do grupo de risco da gripe suína. Segundo o Noedir Stolf, diretor do Incor, os pacientes procuraram o hospital depois de terem contraído a doença.
- Não identificamos contágio dentro do hospital e estamos adotando medidas diárias de prevenção e conscientização - diz Stolf.
Segundo Tânia Mara Varejão Strabelli, diretora da unidade de controle de infecção hospitalar do Incor, as visitas foram limitadas. Cada paciente pode receber um único visitante por dia, sem revezamento, em apenas um horário. No Pronto Socorro não é permitida a permanência de acompanhantes.
De acordo com Tânia, o objetivo é reduzir o número de pessoas que circulam no Incor, por conta do risco que a gripe apresenta aos cardiopatas. Segundo ela, um dos principais sintomas que diferenciam a gripe comum da gripe suína, a falta de ar, é comum em quem sofre de problemas cardíacos, o que leva os pacientes a procurarem o Incor. O hospital não tem conseguido vagas em outras instituições de referência para transferir os pacientes e oito quartos foram destinados ao isolamento de pacientes com suspeita ou confirmação da nova gripe.
- Cada paciente com suspeita de gripe A tem de ficar num quarto sozinho. Só podemos colocar num mesmo quarto depois que há confirmação - explica Tânia Mara.
A diretora do Incor afirma que a internação por gripe suína preocupa os profissionais do hospital, pois as cirurgias eletivas (programadas) não estão sendo marcadas por conta da ocupação de leitos.
- O que mais nos preocupa é que não conseguimos fazer as cirurgias eletivas. Tentamos transferir para outros hospitais, mas como a causa da internação é a descompensação cardiaca, não conseguimos - diz ela.
Tânia Mara conta que os profissionais de saúde estão observando que o vírus H1N1 se multiplica de forma intensa no pulmão, o que leva os pacientes a ter pneumonia viral. Nas gripes comuns, a pneumonia é causada por bactéria.
- Foi tentado manter os pacientes com gripe suína nos setores de enfermaria de doença infecciosa e no Hospital Emílio Ribas, mas os dois locais já lotaram - diz ela.
Segundo a assessoria do HC, 25 pacientes estavam internados com suspeita ou confirmação de gripe suína no instituto central até o fim da tarde de ontem. O HC não informa o número de funcionários afastados ou internados por suspeita da doença. Segundo o sindicato, o complexo tem cerca de 15 mil funcionários, sem contar os serviços terceirizados.
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