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domingo, 30 de novembro de 2008

Falso moralismo e voyeurismo sádico







Esta é a história, sobre a qual, com aquele sadismo paradoxal de voyeur e de moralista, têm desaguado páginas longas e cavilosas. Aqui, neste “Estilo” (seção de CartaCapital), um parágrafo para o folhetim — está de bom tamanho, não está? A agonia pública de um astro com carisma é de fato uma tristeza, mas a gente acredita que é mais solidário, até mesmo generoso, investigar o fenômeno do que chafurdar no fato.

A tevê é o holofote sob o qual querem se aninhar todos os ansiosos da fama. o ator , celebridade relutante, sempre trafegou na contramão. Mas não é só a tevê que chama hoje a atenção. A hiper-histeria midiática multiplica-se em mil canais do que a antropóloga argentina Paula Sibilia, professora da Universidade Federal Fluminense, chama de “o show do eu” (título do livro que acaba de lançar pela Nova Fronteira).


A intimidade, que o desafortunado ator tanto procurou resguardar, sobe ao ofertório da banalização. O espírito do folhetim prevalece. Os amigos, muy amigos, amplificam, em supostas manifestações piedosas, os suspiros de dramalhão. Os falsos agentes da moral caem de cacetada.

Bom menino, mocinho virtuoso, protagonista — quase sempre — dos bons sentimentos, o ator desabou sob o peso da demanda midiática de servir de exemplo e de espelho. Ante o deleite deletério dos que hoje fazem da vida o despudor virtual de um videogame, no qual cabe tudo, menos recato e anonimato.

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