Ian Blair liderava a Scotland Yard durante a ação na qual o brasileiro foi morto, confundido com um terrorista
AP e BBC
Blair assumiu o cargo em fevereiro de 2005 e comandou a operação que matou o eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes em julho daquele ano, confundido com um terrorista. Apenas duas semanas antes, atentados a bomba no metrô da cidade haviam matado 52 pessoas.
Uma investigação da justiça britânica não responsabilizou ninguém pela morte de Jean Charles.
O mandato de Blair duraria até 2010. No começo da semana, o comissário disse que o novo prefeito acreditava que o departamento de polícia deveria ter uma nova liderança.
Acusações
Desde o assassinato de Menezes, no dia 22 de julho de 2005, Blair vinha sofrendo pressão de diversos setores da sociedade para deixar o cargo.
Em seu pronunciamento, nesta quinta-feira, Ian Blair não mencionou o caso Jean Charles ou outras acusações.
Ele também sofria pressão por outros casos. Em agosto, um dos mais altos oficiais da Polícia Metropolitana, Tarique Ghaffur, britânico de origem asiática, entrou com um processo contra Blair, acusando-o de racismo.
Nesta quinta-feira, o jornal britânico Daily Mail publicou uma reportagem em que acusa Blair de beneficiar um amigo seu com contratos da polícia.
Caso Jean Charles
Mas o caso que mais desgastou Ian Blair foi o assassinato de Jean Charles de Menezes, no mesmo mês em que atentados deixaram mais de 50 mortos no sistema de transporte público de Londres.
O eletricista brasileiro de 27 anos foi morto a tiros pela polícia quando estava sentado no vagão de um trem do metrô na estação de Stockwell, no sul de Londres.
Um dia antes da morte, um ataque suicida frustrado havia ocorrido no sistema de transportes da capital britânica. Em poucas horas, a polícia obteve pistas sobre os suspeitos, que fugiram da cena dos atentados.
Jean Charles de Menezes vivia no mesmo conjunto habitacional de um dos potenciais responsáveis pelos ataques frustrados, Hussain Osman.
Quando saiu de casa na manhã seguinte, o brasileiro foi confundido com o militante. A polícia seguiu Jean Charles até o metrô, onde ele foi morto.
Após quatro inquéritos e um julgamento, a Polícia Metropolitana de Londres foi considerada culpada e multada pela morte do brasileiro, mas nenhum oficial foi punido.
Na semana passada, um novo inquérito começou a ser realizado na Grã-Bretanha para determinar como e por que Jean Charles de Menezes morreu.
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