colaboração para a Folha Online
Ingrid Betancourt, a franco-colombiana libertada nesta quarta-feira pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), completou seis anos em poder da guerrilha no dia 23 de fevereiro. Ela foi seqüestrada em 2002 --quando concorria às eleições presidenciais colombianas.
No cativeiro, seu Estado de saúde piorou. "Ela sofre de hepatite e, obviamente, é um problema crônico. Sabe-se que, quando a doença volta, o quadro é ainda mais grave", disse o ex-marido de Betancourt, Fabrice Delloye,à agência de notícias France Presse.
Segundo informações de ex-reféns, ela teria tido malária, hepatite do tipo B e leishmaniose, além de problemas de insuficiência cardíaca durante os anos que passou com as Farc.
A saúde de Ingrid Betancourt, cada vez mais preocupante, levou várias autoridades a se mobilizarem para libertá-la.
A França enviou uma missão humanitária à Colômbia, e o governo colombiano do presidente Álvaro Uribe aceitou suspender suas operações militares no sudeste do país para permitir o eventual envio de médicos.
Carta
Os relatos de ex-reféns e uma carta enviada a sua mãe, Yolanda Pulecio, em novembro de 2007, mostraram que os guerrilheiros a submetiam a punições e humilhações constantes.
"Eles (os guerrilheiros) me tiraram tudo. Tento ficar silenciosa, falo o mínimo possível para evitar os problemas. Não tenho vontade de nada", escreveu Betancourt na última carta enviada a sua mãe.
No fim de 2007, o Exército prendeu um grupo de membros das Farc com documentos sobre a guerrilha, inclusive um vídeo que mostrava Betancourt magra e abatida na selva, ao lado de três norte-americanos.
Betancourt e os três norte-americanos libertados hoje estavam entre os 44 reféns das Farc a serem trocados por prisioneiros da guerrilha. O governo colombiano afirma outras 700 são mantidas reféns.
A franco-colombiana começou sua carreira política na Câmara dos Representantes, depois de ter distribuído camisinhas nas ruas de Bogotá com o slogan: "a corrupção é a Aids da nossa sociedade. Protejam-se".
Com Reuters e France Presse
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